Profeta Joel, um dos doze profetas de escultor Aleijadinho, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Foto: Luis Rizo (07/07/2008)
Como parte das comemorações pelo bicentenário da morte do grande mestre da escultura do período colonial no Brasil, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Jurema Machado, e a coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil, Patrícia Reis, visitaram neste domingo (11/05) as obras do Museu de Congonhas, em Minas Gerais.
As instalações estão sendo construídas na cidade mineira de Congonhas, próximas ao Adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo IPHAN em 1939 e reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 1985.
O projeto é uma iniciativa do IPHAN, da UNESCO no Brasil e da Prefeitura de Congonhas e vai funcionar como uma sala interpretativa do conjunto. A ideia é que o visitante possa ter uma melhor compreensão dos aspectos artísticos e religiosos do Santuário. O Museu de Congonhas vai abrigar, ainda, um Centro de Estudos da Pedra e espaços para exposições temporárias, seminários e reuniões.
Como parte das atividades de criação do Museu, a UNESCO também realizou, em 2011, uma atividade inédita na área de conservação do patrimônio cultural no país: a confecção de modelagem digital, por meio de escaneamento em 3D, dos profetas de Aleijadinho. A medida facilita estudos e monitoramento das peças, além de servir à recomposição em caso de danos às esculturas, por garantir rigorosa precisão de moldes e réplicas. Além da digitalização, a UNESCO iniciou a confecção de moldes em silicone e réplicas em gesso-pedra.
Na mesma data, IPHAN e UNESCO participaram da abertura da 12° Semana de Museus, que neste ano acontece em Congonhas por ocasião da celebração do Bicentenário de Morte de Aleijadinho. Entre 12 e 18 de maio, diversas atividades serão realizadas em todo o Brasil. Confira a programação.
O mestre
Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em 29 de agosto de 1730. Um dos mais importantes escultores do Brasil colônia, era filho de um arquiteto português e uma escrava. O apelido veio de uma enfermidade que deformou seu corpo.
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo-MG. Foto:Alexandre Machado (02/03/2006)
Aos poucos, perdeu os movimentos dos pés e mãos. Um ajudante amarrava as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Mesmo com todas as limitações, trabalhou na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.
O escultor trabalhou em Congonhas no período de 1796 a 1805 e deixou na cidade um excepcional conjunto escultórico, com 66 imagens esculpidas em cedro, seis relicários e 12 profetas em pedra sabão. Inúmeras obras sobre o Aleijadinho estão disponíveis nas principais bibliotecas brasileiras. Nas bibliotecas do IPHAN, Biblioteca Nacional e Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais os interessados podem consultar uma parte importante deste acervo.