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Jucá diz que não tentou obstruir a Lava Jato e que não pretende deixar cargo

A Folha de S.Paulo publicou hoje reportagem que diz que, em conversas gravadas em março, o ministro sugeriu um pacto para impedir o avanço da Lava Jato sobre o PMDB

por Agência Brasil   publicado às 13:37 de 23/05/2016, modificado às 13:37 de 23/05/2016

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou hoje (23) que tenha tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Jucá disse ainda que não vai pedir afastamento do cargo. O ministro afirmou que não teme ser investigado.

O senador Romero Jucá (PMDB/RR). Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

“Nunca cometi e nem cometerei qualquer ato para dificultar qualquer operação, seja Lava Jato, ou qualquer outra”, disse Jucá, em entrevista coletiva à imprensa. “Da minha parte, sempre defendi e explicitei e apoiei com atos a Operação Lava Jato. A política terá uma outra história depois da Operação Lava Jato”.

O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem hoje (23) que diz que em conversas, gravadas em março, o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um pacto para impedir o avanço da Operação Lava Jato sobre o PMDB, partido do ministro.

Lava Jato
De acordo com a reportagem, em um dos trechos da gravação Jucá disse que “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.

Ao ser questionado sobre o trecho, Jucá disse que estava se referindo ao cenário da economia do país, e não a uma paralisação da Lava Jato.

“Estava falando em delimitar as responsabilidades, que é dividir quem tem culpa e não tem culpa. Delimitar responsabilidade não é parar a investigação. Não tem esse diálogo, nessa conversa”, disse, argumentando que o jornal usou “frases soltas dentro de um diálogo”.

“A análise que fiz e comentários que fiz com o senador Sérgio Machado [ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras] são de domínio público. Disse o que tenho dito permanentemente a jornalistas, em entrevistas e debates”, afirmou.

Afastamento
Jucá disse que conversou hoje com o presidente interino Michel Temer e apresentou seu posicionamento sobre a reportagem. O ministro disse que não pretende renunciar ao cargo e reforçou que o “cargo pertence ao presidente”. Jucá disse ainda, que o fato de ser investigado, não enfraquece o governo de Michel Temer e ressaltou que seu papel é ajudar o governo. 

“Da minha parte, não vejo motivo para tomar nenhuma posição”, disse. O ministro do Planejamento reafirmou que não teme ser investigado e que seu foco não é a operação. “Não perco um minuto do dia com a Operação Lava Jato”, acrescentou.

“O cargo de ministro é uma decisão do presidente Michel Temer. Vou exercer na plenitude enquanto tiver a confiança do presidente. O cargo é do presidente”, acrescentou o ministro em entrevista à imprensa. 

“O que está neste texto não me compromete”, acrescentou. “Não há nenhum demérito em ser investigado. Todos podem ser, o demérito é ser condenado. Não tenho nenhum temor de ser investigado pela Lava Jato. Se tivesse telhado de vidro, não teria assumido a presidência do PMDB no momento de confronto com o PT”.

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