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FMI melhora previsão para economia brasileira, mas cita incertezas políticas

Segundo estimativa do fundo, o Brasil deverá fechar 2016 com uma recessão de 3,3%, ante uma projeção anterior de 3,8% de queda; já para 2017 a expectativa é de retomada do crescimento

por ONU   publicado às 09:16 de 21/07/2016, modificado às 09:42 de 21/07/2016

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a projeção de crescimento da economia brasileira para 2016 e 2017 em relação às previsões feitas em abril, mas afirmou em relatório publicado nesta semana que as incertezas políticas permanecem no país.

Para o fundo, a economia brasileira saiu da inércia e pode até crescer em 2017. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Para este ano, a nova previsão é de queda de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB), frente a uma projeção anterior de baixa de 3,8%. Para 2017, a projeção é de avanço de 0,5%, diante de uma previsão anterior de estagnação.

“A confiança do consumidor e das empresas parece ter saído do piso no Brasil, e a contração do PIB no primeiro trimestre foi mais leve que o antecipado”, disse o órgão em seu relatório “Perspectiva Econômica Global”.

“Consequentemente, a recessão de 2016 está agora projetada para ser um pouco menos severa, com um retorno ao crescimento positivo em 2017”, disse o FMI, completando que as “incertezas políticas” permanecem no país, deixando o cenário nebuloso.

Brexit prejudica projeção de crescimento global

O FMI reduziu sua projeção de crescimento econômico global para este ano e o próximo, uma vez que o voto no Reino Unido para uma saída da União Europeia cria uma onda de incerteza em meio à já frágil confiança do consumidor e das empresas.

“O voto a favor do Brexit implica um substancial aumento das incertezas econômicas, políticas e institucionais, o que deve ter consequências macroeconômicas negativas, especialmente nas economias europeias avançadas”, disse o FMI no relatório.

As economias do Reino Unido e da Europa serão as mais atingidas pelo resultado do referendo do dia 23 de junho, que levou a uma mudança no governo britânico. O crescimento global, já fraco, também será afetado, o que pressionará autoridades a fortalecer seus sistemas bancários e estabelecer planos para reformas estruturais, disse o FMI.

Particularmente, autoridades britânicas e na União Europeia terão papel chave para reduzir as incertezas que podem afetar ainda mais o crescimento da Europa e de outras regiões, afirmou o FMI. O órgão pediu que as autoridades estabeleçam uma “transição suave e previsível para um comércio e transações financeiras pós-Brexit que preserve o máximo possível os ganhos entre Reino Unido e UE”.

A economia global deve crescer 3,1% este ano e 3,4% em 2017, de acordo com o FMI. A previsão representa uma redução de 0,1 ponto percentual para os dois anos na comparação com a previsão feita em abril.

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