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Nada justifica ataques contra crianças, diz UNICEF após mortes na Síria

A ONU estima que cerca de 35 mil crianças estejam isoladas na região síria de Manbij, onde na semana passada outras 20 crianças morreram vítimas de um ataque aéreo

por ONU   publicado às 10:14 de 22/07/2016, modificado às 14:27 de 22/07/2016

Em uma semana marcada pelo assassinato registrado em vídeo de um menino de 12 anos em Alepo e a morte de mais de 20 crianças durante ataques aéreos em Manbij, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu o fim imediato de todas as formas de violência contra crianças na Síria, e chamou as partes no conflito a evitar a morte de civis.

Casas bombardeadas no norte da Síria. Foto: Network News Edlib ENN

A agência estimou que 35 mil crianças estejam isoladas em Manbij, área rural da província de Alepo, sem um local seguro para se proteger. Além disso, desde a intensificação dos confrontos nas últimas seis semanas, cerca de 2,3 mil pessoas, incluindo dezenas de crianças, foram mortas.

“Absolutamente nada justifica os ataques contra crianças”, disse Hanna Singer, representante do Unicef na Síria, em comunicado publicado na quarta-feira. “Não importa onde elas estejam e sob controle de quem vivem”, enfatizou.

Somente nesta semana, mais de 20 crianças foram mortas em ataques aéreos em Manbij, e um menino de 12 anos foi brutalmente assassinado diante das câmeras em Alepo.

De acordo com informações recebidas pela agência, famílias do vilarejo de al-Tukhar, perto de Manbij e a cerca de 80 km de Alepo, estavam se preparando para fugir quando ataques aéreos ocorreram.

Em comunicado, representante do Unicef também informou que tais incidentes são um lembrete de que é responsabilidade das partes no conflito respeitar as leis humanitárias internacionais que protegem crianças nas guerras.

“Deploramos todas as formas de violência e pedimos que todas as partes no conflito se esforcem para evitar a perda de vidas civis”, disse Singer. “Todas as formas de violência contra crianças precisam acabar imediatamente”.

Centenas de milhares de civis estão isolados em Alepo, Manbij e outras cidades sírias enquanto o conflito entre governo e forças de oposição continuam nos arredores.

Na semana passada, o alto comissário da ONU para direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, expressou sérias preocupações sobre a segurança e a necessidade das partes no conflito de garantir que nenhum mal ocorrerá a essas pessoas.

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