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Financiamento do desenvolvimento sustentável precisa de parcerias mais sólidas, destaca fórum da ONU

Até 2030, pretende-se erradicar a fome e a pobreza e garantir que todos tenham acesso à educação, à saúde e um meio ambiente melhorado, entre outras metas

por ONU Brasil   publicado às 09:22 de 25/04/2017, modificado às 09:22 de 25/04/2017

A ONU promoveu na última semana um evento de alto nível sobre financiamento para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O encontro contou com a participação da vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, e do presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson, entre outras lideranças globais.

Painel solar na província de Uvs, na Mongólia. Foto: ONU/E. Debebe

Os 17 objetivos globais, que podem exigir um investimento de 6 trilhões de dólares ao ano ou 90 trilhões até 2030, buscam erradicar a fome e a pobreza e garantir que todos tenham acesso à educação, à saúde e um meio ambiente melhorado, entre outras metas.

Em seu discurso, Amina lembrou da agenda de Ação Adis Ababa, adotada em 2015 durante a Terceira Conferência Internacional das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento.

Ela afirmou que o acordo, que estabelece uma série de medidas para revisar as práticas financeiras globais e gerar investimentos para enfrentar desafios econômicos, sociais e ambientais, é um componente-chave da Agenda 2030.

“A Agenda de Ação fornece o quadro ideal para a comunidade internacional financiar e implementar [os ODS] através da mobilização de fontes públicas e privadas”, disse.

A vice-chefe da ONU também observou que, além de priorizar a mobilização de recursos internos, alinhar a despesa pública com o desenvolvimento sustentável e a parceria com o setor privado é igualmente importante.

“É do interesse de todos os países, empresas e pessoas aproveitar a riqueza de bens que o desenvolvimento sustentável trará em termos ambientais, econômicos e sociais”, acrescentou.

Amina também observou que os fluxos financeiros e investimentos estão cada vez mais alinhados com os ODS, e disse que, com a mobilização de grandes grupos de capital, como fundos de pensão e do setor de seguros, é possível se obter “maiores ganhos” para todos.

Peter Thomson, por sua vez, pediu uma “transformação exponencial” no sistema financeiro global que aproveite todas as fontes de financiamento.

“Estamos em um momento em que devemos fomentar uma conversa global, reunindo todas as partes interessadas para discutir como podemos mobilizar a combinação certa de recursos para atingir os ODS”, disse.

“Devemos distinguir entre as várias fontes de capital e classes de ativos que elas representam e reconhecer suas diferentes esferas de operação e influência – desde as corporações multinacionais até os pequenos agricultores de base”, acrescentou.

Thomson disse ainda que os esforços dos governos, dos bancos centrais e dos reguladores financeiros já estão levando a desenvolvimentos positivos, mas a multiplicação desses esforços, para atingir a escala necessária, continua sendo o principal desafio.

Em particular, ele sublinhou a necessidade de reformar os quadros políticos e regulamentares existentes para alavancar os financiamentos públicos e privados para os ODS e contribuir para o desenvolvimento sustentável, incluindo os mercados de capitais locais e regionais.

“Se quisermos ter sucesso, as discussões de hoje não podem ser uma única ocorrência. Elas terão de representar o início de um diálogo alargado”, afirmou o presidente da Assembleia Geral.

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