Distribuição de comida em Gaza realizada pela PMA em agosto. Foto: PMA/Eyad Al Baba/ONU Brasil
Pela primeira vez em sete anos, um comboio humanitário do Programa Mundial da Alimentos (PMA) da ONU cruzou, nesta quarta-feira (27), com sucesso do Egito para a Faixa de Gaza, através da fronteira de Rafah, transportando comida suficiente para alimentar cerca de 150 mil pessoas por cinco dias. Desde 2007, a passagem estava bloqueada por Israel.
“É extremamente importante que tenhamos acesso à Faixa de Gaza a partir de diferentes vias, incluindo o ponto de passagem de Rafah, para garantir um fluxo constante de suprimentos humanitários e assim atender às crescentes necessidades das pessoas afetadas pela recente violência”, disse o diretor regional do PMA para o Oriente Médio, Norte da África, Ásia Central e Europa Oriental, Mohamed Diab.
Com a ajuda do Crescente Vermelho Egípcio, um comboio de 18 caminhões do PMA entregou 15.600 cestas básicas de alimentos em toda a Península do Sinai. Nos próximos dias, um segundo comboio entregará as cestas básicas restantes de um total de 25 mil para esta ação humanitária.
Desde o início do conflito, o PMA forneceu alimentos de emergência diariamente para 350 mil pessoas deslocadas em Gaza. No entanto, para prosseguir com ações de resposta humanitária em Gaza, a agência da ONU ainda precisa de cerca de 70 milhões de dólares para atender as necessidades por três meses.
Trégua
Na terça-feira (26), foi acertado um cessar-fogo permanente entre Israel e os palestinos, depois de 50 dias de combate, que causou 2.143 mortos palestinos e 70 israelenses e devastou a Faixa de Gaza. Segundo um porta-voz militar israelense, o cessar-fogo foi respeitado durante a noite. “Não foram disparados rockets (foguetes) sobre o território israelense e não houve nenhum ataque aéreo na Faixa de Gaza desde a noite de terça-feira”, acrescentou o porta-voz.
O cessar-fogo, que entrou em vigor às 19h dessa terça-feira, prevê, segundo o mediador egípcio, o levantamento do bloqueio imposto desde 2006 por Israel e que asfixia 1,8 milhão de habitantes da Faixa de Gaza.
*Com informações da Agência Brasil