Com receita baseada em educação integral aliada ao protagonismo estudantil, o Instituto Embraer leva a São José dos Campos e Botucatu, cidades do interior de São Paulo, dois colégios de ensino médio com o objetivo de fazer com que alunos de escola pública alcem voo para o mundo universitário. As duas cidades hospedam duas plantas da fabricante de aviões e também se beneficiam do contato da empresa com a comunidade. Não apenas alunos, como professores e demais funcionários residem nas duas cidades ou em municípios vizinhos.
Currículo dos Colégios Embraer impulsiona projetos complexos já no ensino médio e aprova 85% em grandes nomes do ensino superior. Foto: Divulgação
Em nome da inovação acadêmica, a instituição foi buscar a ajuda de parceiros como Center for Occupational Research and Development (EUA), a rede Pitágoras e o Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa para desenvolver o currículo do Programa de Preparação para a Universidade, que se divide em exatas, humanas e biológicas. Entre seus objetivos, está o apoio ao aluno na escolha de uma carreira e a conexão do conteúdo visto em sala de aula com o dia a dia da profissão.
Na composição da grade de 50 horas semanais, o currículo tradicional é combinado com o Programa de Preparação para a Universidade e o Programa de Projetos Ambientais e Socioculturais. “São 37 aulas do currículo oficial, seis do Programa de Preparação para Universidade, três de plantão de dúvidas, três de estudo autônomo e uma de Programa de Orientação Profissional e de Saúde”, explica Renato Augusto da Silva, diretor da unidade de Botucatu chamada Colégio Embraer – Casimiro Montenegro Filho. As atividades não se restringem à sala de aula e a ligação com o mundo real acontece com a ajuda de projetos de pesquisa.
“Dentro do Programa de Preparação para Universidade, os alunos realizam um projeto que deverá ser concluído até o término da segunda série do ensino médio. Já no Programa Alternativas Sustentáveis, ele deve ser entregue ao término do primeiro ano”, afirma Augusto. A complexidade dos trabalhos apresentados vai muito além de maquetes feitas com a ajuda de isopor, um clássico das feiras de ciência. O diretor cita como exemplos o lançamento de uma sonda meteorológica com uma câmera que garantiu, além dos dados de telemetria, imagens a mais de 8 mil metros de altitude.
Na área de biológicas, o projeto conhecido como Módulo CSI (nome em referência ao seriado americano de TV Crime Scene Investigation) exigiu dos alunos a investigação de um assassinato fictício com o auxílio de exames biológicos. Para despertar o espírito empreendedor já na adolescência, uma feira abriu espaço para que grupos enfrentassem o desafio de criar empresas fictícias para negociar com demais corporações virtuais do Brasil em uma plataforma criada pelo Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).