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Fundo Malala inicia seus trabalhos no Paquistão

Parceria entre UNESCO e governo paquistanês garante financiamento de US$7 milhões, que deve se concentrar no apoio a projetos de educação formal e informal para meninas.

por Vinícius Bopprê - Porvir   publicado às 14:10 de 27/02/2014, modificado às 14:12 de 27/02/2014

Parece mesmo que, depois de tantas reviravoltas, a luta da garota paquistanesa Malala Yousafzai está só no começo. Depois da criação do Fundo Malala – organização que luta pela educação e inclusão das mulheres –, em dezembro de 2012, chegou a hora de colocoar a mão na massa. A diretora geral da Unesco e o ministro da educação do Paquistão assinaram um acordo para ampliar o acesso e melhorar a qualidade de aprendizagem para as meninas de áreas remotas do país.

O acordo, de US$7 milhões, foi anunciado no começo de fevereiro e deve se concentrar no apoio de projetos para educação formal e informal, desde a formação dos professores até a sensibilização das comunidades para apoiar a educação das meninas. “A educação das meninas é uma das forças mais poderosas para a dignidade humana. É uma questão de diretos humanos e uma estratégia inovadora para o desenvolvimento humano e da paz. Não há melhor investimento a longo prazo do que promover a inclusão social e o crescimento econômico”, disse o diretora geral Irina Bokova.

Segundo a Unesco, a decisão marca o lançamento de uma fase operacional como parte da parceria firmada em dezembro 2012, quando a organização e o governo do país anunciaram a criação do Fundo Malala. “O Paquistão tem 3,8 milhões de meninas fora da escola, enquanto aquelas que estudam são mais propensas a abandonar do que os rapazes. Hoje, a disparidade de gênero entre meninos e meninas no acesso à educação primária é de 10%. Com o programa do Fundo temos a intenção de reduzir a distância para 5% em 3 anos”, afirmou o ministro Balighur Rehman.

Durante o Fórum Nacional sobre o Direito à Educação das Meninas – evento em que o compromisso foi anunciado –, Rehman também destacou as medidas tomadas pelo governo para acelerar o progresso do programa. Entre elas estão a adoção de educação gratuita e obrigatória todas as crianças de 5 a 16 anos, o aumento com os gastos de educação de 2% para 4% do PIB, além do desenvolvimento de um plano nacional de ação para definir iniciativas específicas.

“A educação no mundo de hoje não é uma escolha, mas um direito fundamental de toda criança. O governo é responsável moralmente, eticamente e constitucionalmente para proporcionar educação para todas as crianças, independentemente de credo ou sexo”, completou o ministro.

Durante o fórum, que também contou com a participação da ONU, grupos da sociedade civil, especialistas e doadores, a ênfase foi dada para a mudança de atitudes, formação de professores e segurança nas escolas, principalmente nas áreas rurais. “O compromisso das famílias e líderes locais , incluindo líderes religiosos , é essencial para convencer a todos de que a educação é o melhor investimento para o futuro”, disse Bokova.

Texto original publicado no Porvir.

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