Ética / Sustentabilidade
  

Eco Folia Solidária busca melhorar as condições de catadores no Carnaval de Salvador

Trabalhadores receberão kit de proteção individual contendo botas, luvas, protetor auricular e fardamento.

por EcoDesenvolvimento   publicado às 14:34 de 27/02/2014, modificado às 14:35 de 27/02/2014

Organizar, melhorar e valorizar o trabalho dos catadores e catadoras de materiais recicláveis durante o Carnaval de Salvador. Esse é o objetivo do Projeto Eco Folia Solidária (O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente), uma iniciativa do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB), que inicia suas atividades nesta quinta-feira, 27 de fevereiro.

Ao todo serão cinco centrais distribuídas em pontos estratégicos do Carnaval de Salvador: Ladeira da Montanha, Dois de Julho, Barra, Ondina e Politeama. Os catadores avulsos, ou seja, aqueles que não integram cooperativas ou associações podem se cadastrar em alguma dessas unidades, levando RG e/ou CPF.

Para que o trabalho seja realizado com segurança é disponibilizado um kit de proteção individual contendo botas, luvas, protetor auricular e fardamento, que por conta da Copa do Mundo, será na cor amarela e azul, fazendo uma alusão aos uniformes da Seleção Brasileira.

Os beneficiados pelo projeto, além de terem direito a três refeições diárias, produzidas pela Rede de Alimentação de Economia Solidária, são remunerados pelo serviço ambiental urbano prestado durante a festa. O material recolhido é triado, prensado e armazenado.

“Neste carnaval completamos 11 anos de fortalecimento da ação dos catadores e catadoras de materiais recicláveis e contribuímos de maneira significativa na redução dos impactos ambientais, causados pelo descarte inadequado dos resíduos durante a folia, além de fomentar o trabalho da economia solidária”, pontua Joilson Santana, representante do CCRB.

Sensibilização do catador

Para Tereza Calabrich, que faz parte do Fórum de Erradicação ao Trabalho Infantil, o Projeto Eco Folia Solidária ajuda na sensibilização do catador, para que o mesmo compreenda que o serviço ambiental urbano não pode ser feito por menores de idade. "Não é permitido que pessoas com menos de 18 anos trabalhem na coleta de resíduos sólidos. É uma atividade árdua, em que o trabalhador fica horas recolhendo material, na maioria das vezes em posições desconfortáveis, além de carregar muito peso. Isso não é trabalho para criança e nem adolescente, que ainda está com o seu corpo em processo de formação”, enfatiza.

“Para que os catadores realizem a coleta seletiva nos camarotes existe um termo de parceria firmado entre a Prefeitura e essas instituições, com o objetivo de viabilizar o acesso dos cooperativados a estes locais”, informa Rosa Amália, assessora de planejamento da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb).

Em 2013 foram recolhidas mais de 70 toneladas de resíduos sólidos e líquidos. Além disso, 2.404 catadores contaram com os benefícios do projeto.

Este ano os seguintes camarotes terão coleta seletiva desenvolvida pelo CCRB por meio das cooperativas que integram a rede: Monte Pascoal, Salvador, Oceania, Schin, Reino, Fantasmão, Caixa Econômica, Daniela Mercury e Governador, além dos blocos CocoBambu, Me Abraça e Me Ama, do Cantor Durval Lelis, além do Araketu - todos abrem espaço para que os catadores recolham o material durante a passagem dos trios.

"O trabalho realizado por homens e mulheres que fazem parte do CCRB é de fundamental importância, pois ajuda no saneamento ambiental e na saúde pública. Paralelo ao serviço de limpeza urbana, realizado institucionalmente pela Prefeitura, tem os catadores que retiram do circuito os resíduos sólidos e contribuem também para beleza da festa", pontua Apio Vinagre, coordenador do Programa Vida Melhor Urbano, que faz parte da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (Sedes).

Texto original publicado por EcoDesenvolvimento.

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sustentabilidade, Carnaval, Catadores, Coleta Seletiva, Condições de Trabalho, Recicláveis