Protestar sim, julgar não

Na última semana, uma polêmica tomou conta das redes sociais. Um dos sócios da marca de moda Maria Filó, ao entrar em uma das lojas e se deparar com uma funcionaria grávida de 8 meses, soltou uma declaração infeliz: 

- Ah, em breve vou demitir todas vocês mulheres e contratar somente gays porque eles não engravidam.

Protestar sim, julgar não. Foto: Freepik*

A funcionária fez uma denúncia de assédio moral por discriminação e o episódio logo invadiu a internet. Uma enxurrada de comentários em todos os posts da página da marca condenavam o sócio com diversos tipos de julgamentos, xingamentos e acusações.

A marca fez um post com uma declaração enfatizando que o infeliz comentário foi uma brincadeira e que quem conhece de perto esse empresário sabe que ele tem um jeito jocoso de se comportar.

Brincadeira ou não, a frase jamais deveria ter saído da boca dele e de ninguém, vamos combinar. Mas, se ele errou no discurso, que direito têm as pessoas de acusá-lo publicamente nas redes sociais com comentários de baixo calão?

Indignados todos nós ficamos, mas na internet, assim como na vida, deveríamos nos lembrar mais daquela frase cristã que sempre nos leva à reflexão: “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra.” Jesus não inocentou a prostituta, mas livre de julgamentos, deu a ela uma nova chance para recomeçar.

Talvez uma atitude muito mais sensata dos usuários da internet seria “descurtir” a página da marca em forma de protesto ou realizar um abaixo-assinado a fim de pedir que tal pessoa fosse afastada ou não estivesse mais à frente da liderança de funcionários. E compartilhar a insensatez dessa frase, mas não afirmações "sem filtro" sobre esse empresário.  

Se você não levanta a voz em praça pública para ofender alguém, porque nas redes essa atitude é tão facilitada? O anonimato e a “proteção” de estar do outro lado da tela incentivam o julgamento e a difamação, quando, na verdade, a colaboração propiciada pelos meios deveria dar força à sociedade para que se una em prol de mais educação e respeito em todos os ambientes. 

Deixo claro que esse post não é de forma alguma uma defesa ao empresário. Mas um alerta àqueles que acham que um comentário em uma rede social dá o direito a qualquer um de julgar sem conhecer e de desrespeitar outro ser humano. 

Vamos usar as redes sim, para protestar, mas medindo sempre o julgamento, ok? 

Até a próxima!

*Imagem: Freepik

Tags:

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Sobre

Todos os conceitos relacionados às mídias sociais e novas tecnologias fascinam pela sua proximidade com a fraternidade. Podemos ir das redes, com seus nós e laços, passar pela colaboração e pelas comunidades e chegar ao simples “social”, que comporta toda a beleza dos relacionamentos humanos. E já que a internet tem suas infinitas possibilidades, nos propomos neste blog a trazer os bons exemplos de comunidades, iniciativas e técnicas que, tijolinho por tijolinho, ajudam na construção de uma sociedade mais fraterna e mais criativa.

Autores

Cibele Lana

Jornalista desde sempre encantada com as múltiplas possibilidades de comunicação e conexão proporcionadas pela internet. Graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós-graduada em Gestão da Comunicação Digital para Empresas pela USP. Já trabalhou em agências e atualmente é community manager em empresa com foco em negócios.