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Combate ao terror deve lidar com as origens do extremismo, alerta Ban Ki-moon

Para o secretário-geral da ONU, conflitos, corrupção, opressão e desigualdade estão nas raízes do terrorismo, sendo necessário um plano de recuperação para o Oriente Médio

por ONU Brasil   publicado às 11:13 de 19/11/2015, modificado às 11:13 de 19/11/2015

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou na última terça-feira (17) que o combate ao terrorismo deve lidar também com as origens do extremismo e alertou para a discriminação contra a população muçulmana. Em reunião do Conselho de Segurança, agendada antes dos atentados terroristas em Paris e em Beirute, o chefe da ONU propôs princípios para a prevenção dessas ações e dos conflitos no mundo.

“Nenhuma mágoa pode justificar tais atos”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a respeito dos atentados da semana passada, em Paris e em Beirute, e também do bombardeio de um avião russo no Egito, no mês passado. Foto: Mark Garten/ONU

“O extremismo violento e os conflitos violentos de hoje estão frequentemente enraizados numa mistura de exclusão, desigualdade, má gestão recursos naturais, corrupção, opressão, falhas de governança e a frustração e a alienação que acompanham a falta de empregos e oportunidades”, disse Ban Ki-moon.

Ao citar os atentados nas capitais francesa e libanesa, o aparente ataque a um avião russo no Egito, no mês passado, e a crescente ameaça representada pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), o secretário-geral destacou que “nenhuma mágoa pode justificar tais atos”.

O chefe da ONU disse estar preocupado com represálias contra a população muçulmana e com o preconceito contra migrantes e refugiados, o que pode “alimentar a alienação da qual os terroristas se alimentam”. Ban Ki-moon também afirmou que há um apelo global por um plano de recuperação para o Oriente Médio, semelhante ao Plano Marshall, com o qual os Estados Unidos ajudaram a reconstruir a Europa Ocidental depois da Segunda Guerra Mundial.

O secretário-geral sugeriu quatro princípios para prevenir confrontos e terrorismo no mundo: assistência para o desenvolvimento capaz de combater fatores de risco, como a desigualdade e a marginalização; um foco maior em direitos humanos; uma maior coerência entre todos os atores, como as agências da ONU, as autoridades nacionais, o Conselho de Segurança e a Comissão da ONU para a Construção da Paz; e financiamento adequado para o trabalho de mediação das Nações Unidas.

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