UHelp: uma vida sem obstáculos para pessoas com deficiência

Confesso que às vezes encontro algumas histórias na internet que me deixam com uma santa inveja. Gente que tem um “insight” incrível em prol de uma sociedade mais justa e move todos os pauzinhos para fazer da realização do próprio sonho a realidade do sonho de outras pessoas.

A história da UHelp é uma dessas. Há pouco mais de um ano, Vanessa Dias deu início a uma Organização Não Governamental (ONG) que se dedica a promover capacitação e reabilitação de pessoas com deficiência, devolvendo a esses cidadãos mais independência.

A UHelp recebe histórias de todo o Brasil. No site, vocês podem conhecer o Gabriel, um adolescente de 19 anos, que é surdocego e passa boa parte do tempo montando brinquedos com material reciclável. E também podem ver o vídeo do Kauã, de apenas 8 anos, que, por causa de uma meningite bacteriana, hoje tem parte de uma perna, um pé e dedos das mãos amputados.

 

Com as histórias cadastradas, a UHelp faz uma seleção e grava um vídeo com cada um desses personagens. Cinco histórias formam um “ciclo” periodicamente no site, com “metas de atendimento” (valores) que devem ser alcançadas para que aquele cidadão receba tratamento ou suporte necessário para continuar sua caminhada.

A partir daí, cada pessoa que acessa a comunidade pode fazer uma doação em dinheiro ou votar em uma história. Aquela que recebe mais votos, ganha o direto de receber um valor disponibilizado pela própria UHelp, proveniente de parcerias público-privadas.

A ONG já conta com 1502 usuários cadastrados, 64 doadores, quase R$ 25 mil arrecadados e duas histórias já em processo de atendimento. E qual foi o embrião de tudo isso?

O sistema de votação favorece a mobilização online e off-line de amigos, parentes, conhecidos ou simplesmente de pessoas que se encantam com a história narrada em vídeo

“O projeto da UHelp foi desenvolvido depois que trabalhei durante muitos anos na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO. Aos poucos, alimentei o sonho de criar uma ONG que usasse o poder da internet e as redes sociais para ajudar casos de pessoas com deficiência, com o objetivo de promover a melhoria na qualidade de vida e fortalecer a inserção social dessas pessoas. (...) temos por objetivo mostrar para a sociedade que, muitas vezes, basta uma oportunidade para que possam retomar a vida e ainda se superar sem que a deficiência se torne um obstáculo”, conta Vanessa. 

O conjunto da ideia impressiona. O sistema de votação favorece a mobilização online e off-line de amigos, parentes, conhecidos ou simplesmente de pessoas que se encantam com a história narrada em vídeo. A ferramenta em si, com a possibilidade de doações online, coloca em relevo um tipo de voluntariado 2.0, não menos importante, na medida em que canaliza fundos em prol do bem comum ao invés de incrementar o consumismo por aí.

E, por fim, temos também a transparência, bem importante em qualquer projeto, mas especialmente nesses que nascem na internet, pela constante colaboração e vigilância dos usuários. Na UHelp, tudo é relatado. Custos, decisões, tempo, nomes dos atendentes, datas, etc. Pode conferir que é verdade. ;)

Não estou te incentivando a não levantar do sofá para ajudar as pessoas, mas se quiser uma boa forma de começar o ano fazendo o bem, #ficadica.

 

 

Tags:

ajuda, mobilização, site, assistência, surdos, vídeos, cegos, online, uhelp, Transformação, doação, deficientes físicos



Sobre

Todos os conceitos relacionados às mídias sociais e novas tecnologias fascinam pela sua proximidade com a fraternidade. Podemos ir das redes, com seus nós e laços, passar pela colaboração e pelas comunidades e chegar ao simples “social”, que comporta toda a beleza dos relacionamentos humanos. E já que a internet tem suas infinitas possibilidades, nos propomos neste blog a trazer os bons exemplos de comunidades, iniciativas e técnicas que, tijolinho por tijolinho, ajudam na construção de uma sociedade mais fraterna e mais criativa.

Autores

Cibele Lana

Jornalista desde sempre encantada com as múltiplas possibilidades de comunicação e conexão proporcionadas pela internet. Graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós-graduada em Gestão da Comunicação Digital para Empresas pela USP. Já trabalhou em agências e atualmente é community manager em empresa com foco em negócios.