Um ato na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, marcou na manhã do último domingo (10) o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Com cartazes, balões amarelos e carro de som, o ato teve ginástica dançante e transmitiu mensagens positivas, como "sorria para a vida" e "sorrir e falar são as melhores soluções".
Ato do Setembro Amarelo pela prevenção ao suicídio marca o domingo em Copacabana. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A manifestação foi organizada pelo psiquiatra Jorge Jaber, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, e reuniu também integrantes do Centro de Valorização da Vida (CVV), que fizeram uma caminhada pela orla de Copacabana.
Para o psiquiatra, o preconceito é um dos fatores que influenciam na incidência de suicídios, e a disponibilidade de falar sobre o assunto pode salvar a vida de uma pessoa que esteja com esse pensamento.
"Quanto mais se falar nesse tema, mais pessoas que estão enrustidamente desejando se matar se animarão a conversar com alguém. Se essa pessoa encontrar um ouvido, alguém que a escute, às vezes só por 20 minutos, ela pode mudar de ideia", diz Jaber, que acrescenta: "Há um preconceito. As pessoas acham que [o suicídio] é um defeito moral, de caráter. E a pessoa não fala porque acha que será julgada como um ser mais fraco."
A psicóloga Vera Miranda, da organização não governamental SOS Vida, alerta que a sociedade precisa participar dessa mobilização, pois nem sempre o sofrimento das pessoas próximas é perceptível. "Essa realidade pode bater à nossa porta e nas pessoas que nós amamos. A gente tem que despertar e visualizar que, às vezes, alguém do seu lado está sofrendo", afirma a psicóloga, que aconselha sempre a busca de ajuda de profissionais da área de saúde.
Cristo Redentor
A estátua do Cristo Redentor foi iluminada de amarelo das 19h às 20h no domingo para ajudar a divulgar a campanha. A ação é promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina.
*Colaborou Fabiana Sampaio, repórter do Radiojornalismo