No último fim de semana, os dias começaram por volta das 5h para Bruna Gomes dos Santos, estudante de 17 anos que participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Brasília. Para não se atrasar, ela saiu de casa, no Gama, de madrugada, para chegar ao local de prova na Asa Norte, a cerca de 30 quilômetros de distância. Bruna estava com o filho de 3 meses, Breno, e com a mãe, Margarete dos Santos, que cuidou do neto enquanto a filha fazia a prova.
Candidatos chegam para o 2º dia de provas do Enem. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil
Ela foi uma das 13.870 que solicitaram atendimento específico como lactante. Breno ficou em uma sala próxima com Margarete. "Dormiu a tarde toda", conta a avó que fez "de tudo para cuidar bem do neto". Por causa do filho, Bruna mal teve tempo para se preparar para a prova, mas diz que quer uma vaga no ensino superior, ainda decidirá o curso. "A prova foi mais ou menos. O tema da redação estava um pouco difícil", diz a estudante. O tema deste ano foi "Publicidade infantil em questão no Brasil". Bruna relata que o tema a surpreendeu e que não tinha lido nada sobre a questão.
Para fazer o Enem, os sacrifícios foram muitos. Ela diz que mal se alimentou pela correria no sábado e no domingo. Por causa da greve de ônibus de uma das empresas que opera do Distrito Federal, a Viação Pioneira, para não se atrasar, teve que madrugar. Mesmo chegando à parada de ônibus às 5h, conseguiu chegar à Asa Norte apenas às 11h. Os portões se abriram às 12h. "Para quem quer alguma coisa na vida, os sacrifícios são necessários. Dou todo o apoio que posso", diz a mãe, Margarete.
Além das lactantes, 9.258 mulheres grávidas pediram atendimento específico. Ao todo mais de 8,7 milhões de candidatos se inscreveram no Enem.