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Conferência internacional na Etiópia discute financiamento de projetos transformadores

A ideia é encontrar fontes públicas e privadas que viabilizem o desenvolvimento de iniciativas que ajudem a acabar com a pobreza extrema e aumentar o uso de energias renováveis

por ONU Brasil   publicado às 08:25 de 14/07/2015, modificado às 14:21 de 14/07/2015

Durante o primeiro dia de encontros da Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, que acontece em Adis Abeba (Etiópia), entre os dias 13 e 16 de julho, diversas iniciativas foram apresentadas. Confira abaixo alguns dos destaques da última segunda-feira (13).

Conferência internacional na Etiópia discute financiamento de projetos transformadores. Foto: ONU

Mecanismo para financiar projetos contra mortalidade materna e infantil é lançado

“Acabar com a extrema pobreza e promover o desenvolvimento e a resiliência significa assegurar a sobrevivência, a saúde, o bem-estar e as oportunidades econômicas de mulheres, crianças e adolescentes em todos os lugares”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao lançar uma nova iniciativa para ajudar a acabar com a mortalidade materna e infantil até 2030.

O Mecanismo Global de Financiamento (GFF em inglês) apoiará a estratégia global do secretário-geral para mulher, saúde da criança e do adolescente e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), que devem ser adotados pelos líderes mundiais em setembro.

Mais de 12 bilhões de dólares em financiamentos públicos e privados já foram prometidos para o GFF, que serão usados pelo Mecanismo nos quatro países considerados prioridade: República Democrática do Congo, Etiópia, Quênia e Tanzânia.

Serão necessários 1 trilhão de dólares por ano para que todos tenham acesso à energia sustentável até 2030

Investimentos dos setores público e privado terão que triplicar para alcançar a cifra de 1 trilhão de dólares por ano para cumprir o objetivo da levar energia sustentável para todos até 2030.

Os países em desenvolvimento enfrentam desafios especiais para obter financiamentos, mas mesmo nos países desenvolvidos, os investidores podem encontrar desafios políticos e de regulamentação financeira de energia sustentável, diz um novo relatório lançado durante a Conferência, elaborado pela iniciativa Energia Sustentável para Todos, lançada pelo secretário-geral da ONU em 2011.

Trabalhar em parceria é fundamental para transformar bilhões em trilhões, diz Banco Mundial

Em um evento paralelo à Conferência, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, lembrou que “agora é o momento para traduzir as melhores ideais e experiências de nossas instituições em ação. Devemos nos esforçar para trabalhar em parcerias criativas”.

Lembrando que a ajuda pública ao desenvolvimento  – que hoje é de cerca de 135 bilhões de dólares por ano – ainda é fundamental para financiar o desenvolvimento, Kim disse que é importante identificar novos meios, especialmente no setor privado. “Também devemos acabar com os fluxos financeiros ilícitos”.

“Somente fazendo tudo isso ao mesmo tempo poderemos transformar os bilhões de dólares atuais nos trilhões de que precisamos. Enfrentar esse desafio obriga-nos a pensar de forma criativa e colaborativa.”

Novos financiamentos são necessários para acabar com a malária

Mais de metade da população mundial permanece em risco de infecção por malária,  uma ameaça alarmante para o desenvolvimento global. A doença ainda é endêmica em 97 países e territórios ao redor do mundo. Todos os anos, a malária custa, somente ao continente africano, cerca de 12 bilhões de dólares em perda de produtividade. Em alguns países, a malária é responsável por até 40% das despesas de saúde pública.

Durante o evento de financiamento para combater a malária na Conferência da ONU de Adis Abeba, os líderes destacaram a importância da continuação do financiamento pela comunidade internacional e a necessidade de que estes sejam complementados por mecanismos de financiamento inovadores com a participação do setor privado.

O investimento para alcançar as novas metas de malária, que pretendem acabar com a doença até 2030, vai evitar aproximadamente 3 bilhões de casos da doença e salvar mais de 10 milhões de vidas.

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