Roger Federer: o rei do tênis

No último domingo (23), pela primeira vez na história, a seleção suíça de tênis conquistou a Copa Davis, confirmando o favoritismo na competição, por contar com dois dos melhores tenistas da atualidade: Roger Federer e Stanislas Wawrinka.

Essa vitória histórica do tênis suíço foi também mais uma conquista na carreira de Roger Federer. A trajetória vitoriosa, a continuidade e o comportamento exemplar fazem do jogador um modelo de verdadeiro campeão e, porque não, o “rei do tênis”.

Foto: Cavin/Flickr

Trajetória vitoriosa

Desde de pequeno, ouço histórias do quão mágico era ver o “tal” Pelé jogar. Com 17 anos de idade, o jovem Edson Arantes do Nascimento já tinha se tornado protagonista do futebol mundial, marcando gol em final de Copa do Mundo e ajudando o Brasil a conquistar o título inédito no Futebol. Não vi o Pelé jogar, mas pude ver o rei do basquete, Michael Jordan, saltar, driblar e ser o astro reverenciado nas quadras. Um esportista fenomenal.

Nos encontros com as futuras gerações também poderei dizer que vi Roger Federer jogar. Sem dúvidas o maior tenista de todos os tempos. Em seus 20 anos de carreira, Federer coleciona títulos e recordes. A Davis Cup, conquistada no final de semana, era o título coletivo que faltava ao tenista. Não falta mais.

A continuidade

Roger Federer. Foto: Marianne Bevis/Flickr

Nos últimos anos, vi uma frustrante tentativa midiática de fabricação de mitos no esporte, especialmente no futebol. Nomes como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi foram bajulados pelo bom desempenho nos campos. Contudo, além de jamais terem vencido uma grande competição pelas suas respectivas seleções, os dois não têm o principal diferencial que separa bons jogadores de “reis” do esporte: a continuidade.

Messi, por exemplo, teve três ou quatro anos de desempenho fantástico. Chegaram até a compará-lo com Pelé e, principalmente, com o seu compatriota Maradona. Mas, depois de conquistar títulos importantes pelo seu clube, o Barcelona (Espanha), o brilho de Messi diminuiu e hoje ele talvez seja só “mais um” entre os bons jogadores do time.

No caso de Roger Federer, a continuidade é uma marca da sua carreira vitoriosa. Um ano antes de vencer seu primeiro Grand Slam, em 2002, Federer já figurava entre os dez melhores tenistas do mundo. De lá para cá foram incríveis 12 anos de alto nível e 17 títulos nos torneios mais importantes do tênis.

Campeão além das quadras

 

É sempre perigoso considerar um esportista um modelo. Não porque não possam ser, mas porque muitos deles têm vidas pessoais moralmente contrastantes com o desempenho e a qualidade como atletas. Contudo, no caso de Federer, também nesse aspeto ele parece um vencedor. Filho de pai suíço e mãe sul-africana, o discreto tenista é visto como um admirável “embaixador” dos valores suíços. Casado há cinco anos com a ex-tenista profissional Miroslava Vavrinec, mais conhecida como Mirka, depois de cerca de oito anos de noivado, Federer é também pai de dois casais de gêmeos.

Jamais envolvido em escândalos, infelizmente comuns entre as celebridades do esporte, Roger Federer é reconhecidamente respeitoso e humilde, mesmo com o status de “super-vencedor”. Dessa forma, talvez possamos considerá-lo um exemplo de atleta completo, não perfeito, mas, sem dúvidas, um grande modelo para as futuras gerações.

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Sobre

Fazer do esporte um instrumento de promoção da fraternidade é aceitar o desafio de descobrir, acima de tudo, a prática de atividades físicas como possibilidade de encontro, de relação. Em uma competição esportiva, o adversário não é um inimigo, nem o jogo uma batalha. Por isso, respeitar as regras predefinidas e preservar um espírito de lealdade e honestidade tornam-se elementos essenciais para que o esporte realize a sua missão socioeducativa. Neste blog, queremos identificar, discutir e descobrir os grandes promotores do esporte no Brasil e no mundo e, com eles, refletir sobre valores que ajudam a edificar a nossa sociedade.

Autores

Valter Hugo Muniz

Jornalista com experiências internacionais na Ásia (Indonésia) e na África (Costa do Marfim). Atualmente mora em Genebra, na Suíça. É formado em jornalismo pela PUC-SP. Trabalhou em agências de comunicação, empresas multinacionais, editoras e na televisão. Concluiu recentemente uma pós-graduação no Instituto Universitário Sophia, em Florença, Itália.