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Morre Giuseppe Maria Zanghì, um dos maiores pensadores dos Focolares

Reconhecido por especialistas como um dos grandes mestres de pensamento do século XX, ele dedicou sua vida ao movimento fundado por Chiara Lubich

por Michele Zanzucchi - Città Nuova   publicado às 17:36 de 23/01/2015, modificado às 17:36 de 23/01/2015

No momento de maior crise do pensamento ocidental, colocado em crise por uma involução solipsista e narcisista, morre um pensador não muito conhecido do público em geral, mas reconhecido por especialistas como um dos grandes mestres de pensamento do século XX, Giuseppe Maria Zanghì. Um seguidor de Chiara Lubich, que havia se tornado um de seus maiores conhecedores e divulgadores. Autor de diversos livros – entre os quais “Deus que é amor” – educador e formador de gerações de jovens, homens e mulheres adeptos ao Movimento dos Focolares, contribuiu, com a sua cultura e a sua presença amorosa, com o nascimento e desenvolvimento do Movimento Gen.

Reconhecido por especialistas como um dos grandes mestres de pensamento do século XX, Giuseppe Maria Zanghì dedicou sua vida ao movimento fundado por Chiara Lubich. Foto: Città Nuova

Nascido em 1929, em Siracusa (Sicília, Itália), conheceu o carisma de Chiara Lubich por meio de Graziella De Luca. Depois de uma crise de fé que durou alguns anos, decidiu dedicar sua vida a Deus seguindo a fundadora dos Focolares. A partir desse momento, permanece ao lado dela e de Pasquale Foresi para ajudar na elaboração da “doutrina” amadurecida no âmbito no carisma da unidade. Co-fundador da Escola Abba, grupo de pesquisa interdisciplinar dedicado ao estudo de textos místicos de Chiara Lubich, Zanghì a guiou com empenho e consistência depois de sua morte.

Profundo conhecedor das culturas orientais, do islamismo ao budismo e ao hinduísmo, era feroz em suas críticas ao impasse em que tinha caído o pensamento ocidental, mesmo sendo claramente um dos seu filhos prediletos. Amava o Ocidente e seu pensamento, mas, ao mesmo tempo, graças à influência de Lubich, sentia a necessidade de que o Velho Continente se abrisse para as outras culturas milenares do Oriente. Para salvar as próprias peculiaridades e para transmitir a própria riqueza.

Em Gesù abbandonato maestro di pensiero (Jesus abandonado mestre de pensamento), Giuseppe Maria Zanghì revelou as raízes de seu pensamento e de sua paixão pelo carisma de Chiara Lubich, em quem via um instrumento enviado pelo Espírito nesta passagem do milênio para permitir que o pensamento cristão atingisse culturas e povos até agora impermeáveis à sua mensagem, “amadurecendo” junto com eles.

Colaborador por muitos anos da edição italiana da Cidade Nova (Città Nuova), fundou antes a revista Ekklesia, depois Nova Humanidade, que dirigiu até poucos anos atrás.

Por uma dessas coincidências que não parecem tais, Giuseppe Maria Zanghì morre às vésperas do início do processo de beatificação de Chiara Lubich, marcado para terça-feira, 27 de janeiro.

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