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Movimentos sociais realizam "Jornada pela Democracia" em SP

Maratona de debates ocorreu durante o dia todo com o objetivo de discutir a conjuntura da política atual

por Camila Boehm - Agência Brasil   publicado às 10:50 de 13/04/2015, modificado às 10:51 de 13/04/2015

O papel dos movimentos sociais para a garantia do direito democrático de organização popular no país foi a tônica de um dos debates de ontem (12) na "Jornada pela Democracia: Debates, Ideias, Contraponto", evento autointitulado pluripartidário e de esquerda, no qual uma maratona de debates ocorreu durante o dia todo com o objetivo de discutir a conjuntura da política atual.

Jornada pela Democracia: Debates, Ideias, Contraponto. Foto: Divulgação (12/04/2015)

No debate "Movimentos Sociais, Novo Ativismo e Juventude", Gabriel Gonçalves, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), registrou que “os movimentos sociais são fruto das sementes que foram plantadas desde os anos 60 [período do golpe militar]". "Uma das nossas grandes tarefas, dos movimentos sociais, é garantir esse processo democrático de organização popular, é conseguir fazer com que se tenha uma sociedade civil organizada que consiga lutar pelos seus direitos”, completou.

Gonçalves ressaltou a importância da participação social como catalizadora do processo democrático. “A democracia é construída pelo povo. São os movimentos, é a população, é a classe trabalhadora que, todo dia, no seu cotidiano, acorda e faz gerar a riqueza desse país. Hoje estamos em um processo de garantia e construção de direitos, processo que se faz pela luta. Os movimentos sociais são uma das maneiras em que você vai ter uma sociedade civil organizada para essa luta.”

Sônia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, apontou como fundamental a unidade dos movimentos para lidar com as questões que se interpõem na conjuntura política. “A Marcha Mundial das Mulheres e o movimento feminista, há algum tempo, têm construído esse processo de aliança, que achamos fundamental. Participamos nesse processo do plebiscito por uma [Assembleia] Constituinte exclusiva e soberana, por reforma política, que se desencadeou, desde o ano passado, e que é uma resposta fundamental neste momento que nós estamos vivendo.”

A ativista defendeu que o momento é o de apoiar a democracia. “Acho que temos que olhar este momento que estamos vivendo, em que a democracia é questionada. O movimento de mulheres e o movimento feminista, há séculos, têm lutado exatamente para ampliar a democracia”, disse Sônia.

Para o deputado estadual de São Paulo Adriano Diogo, que também participou da mesa de debate, são os movimentos populares e sociais que vão conseguir “unir tanto a direita como a esquerda para a construção” da reforma política, hoje necessária, na sua opinião, como “uma nova reorganização político-partidária que realmente represente os sentimentos do povo brasileiro”.

“A somatória dos movimentos sociais, como foi no fim da ditadura, essa costura é que vai gerar um novo momento político-partidário no país. E, por meio dele, vamos poder construir uma democracia e uma paz que governe o país e o povo brasileiro”, concluiu.

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