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Mundo reduziu quase pela metade as mortes por aids desde 2005, diz ONU

A cifra passou de 1,9 milhões, em 2005, para 1 milhão no ano passado. Apesar do resultado positivo, ainda há um longo caminho para alcançar a meta de diagnóstico e tratamento estabelecida pela ONU

por EBC   publicado às 00:00 de 20/07/2017, modificado às 16:16 de 20/07/2017

Um novo relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) revela uma queda de quase 50% no número de mortes pela doença desde 2005, quando 1,9 milhão de pessoas perderam a vida por causa da epidemia em todo o mundo. No ano passado, foram "apenas" 1 milhão de pessoas. A informação é da ONU News.

Arquivo/Agência Brasil

Além disso, o tratamento avançou: mais da metade dos 36,7 milhões de soropositivos recebiam medicamentos contra o vírus em 2016. Isso representa 53% de pacientes tomando antiretrovirais e com uma "expectativa de vida quase normal".

O vice-diretor executivo do Unaids, Luiz Loures, alertou, contudo, que os progressos não devem servir como desculpa para baixar a guarda no combate ao vírus. "Com decisão política, com o envolvimento de comunidades e com os recursos necessários, cada vez mais nós estamos convencidos de que podemos chegar ao fim da epidemia”, falou.

Segundo ele, a boa notícia hoje é em relação ao avanço espetacular no tratamento da doença. “O número de pessoas tratadas hoje no mundo é quase de 20 milhões, o que nos dá sem dúvida a esperança. Nós estamos no ritmo para se alcançar a meta de ter 30 milhões de pessoas em tratamento em 2020, para a partir daí chegarmos a 2030 com essa epidemia sob controle."

Os objetivos das Nações Unidas para o combate a Aids conhecidos, pela sigla 90-90-90, pretendem que pelo menos 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas, 90% destas recebam a terapia e que, desse grupo, 90% de pessoas tenham a infecção suprimida até 2020. Atualmente o desempenho alcançado é de 70-77-82 respectivamente.

O documento da Unaids indica que a África lidera o caminho na redução de novas infecções por HIV, ao baixar esse índice em cerca de 30% desde 2010. Desde esse período, Malauí, Moçambique, Uganda e Zimbábue reduziram as novas infecções em quase 40%. Contudo, de acordo com o relatório Fim da Aids: Avanços em direção às metas 90-90-90, o tratamento inadequado causou aumento acentuado de mortes no norte da África, no Oriente Médio, na Ásia e na Europa Oriental.

Segundo o documento a expectativa de vida dos soropositivos aumentou em 10 anos na última década. Luiz Loures destacou o exemplo do Brasil, que foi pioneiro nos sucessos de combate à epidemia.

"Em quase todos os países existe o desafio das novas infeções entre jovens. Mas essa é uma tendência mundial que tanto na África, no Brasil, na Europa ou nos Estados Unidos merece atenção especial. Se eu vejo hoje a epidemia da Aids entre jovens, eu diria que é mais global do que nunca. Nós estamos observando um risco acentuado em relação à epidemia entre jovens em todos os países, independente se eles estão no norte ou no sul."

O número de mortes vinculadas à aids na América Latina diminuiu, em 12% entre os anos 2000 e 2016, apesar dos dados preocupantes em países como a Bolívia, Guatemala, Paraguai e Uruguai.

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