Recebi a oportunidade de escrever e fiquei demasiadamente feliz, porque tenho muita satisfação em escrever e compartilhar reflexões. Logo, me sinto lisonjeada por ter esse espaço e criar essa conexão com você que acompanha esta seção especial do site de Cidade Nova.
Caros leitores, queria trazer uma ideia que diz muito sobre perspectiva da própria vida. Uma vez vi um vídeo no Instagram em que se dizia: “As coisas que animam seu coração, não são aleatórias. Elas estão ligadas ao seu propósito de vida”. Gostei muito, compartilhei e salvei. Há um tempinho, quando eu ainda estudava no ensino médio, ao longo de algumas experiências e conversas com minha mãe, pensei na metáfora segundo a qual nosso coração é como uma bússola: podemos até não ter certeza de que caminho seguir, onde permanecer e de onde partir, mas, nosso coração sente, e aponta para a direção mais adequada. E essa afirmação dialoga com o vídeo.
Na visão da neurociência, da qual me interesso muito, é nítido que os sentimentos não possuem tanta relação com o tecido cardíaco, como o cérebro e todas suas funções cognitivas. Porém, na poesia, que é a linguagem do coração, temos licença para fazer esse tipo de alusão.
Posso afirmar, afinal, que temos um mecanismo muito inteligente nos guiando. Não vou dizer que é facílimo ouvir o coração e escolher aonde ir. Isso exige paciência e silenciamento de certos pensamentos. Trata-se, portanto, de prática e vivência, o que implica um exercício contínuo. Posso dizer que tal experiência, a de escrever e poder partilhar minhas ideias aqui, anima meu coração, assim como quando penso em neurociência ou em vida acadêmica. Acredito que esses são caminhos sugeridos pela minha bússola.
Portanto, caros leitores, peço que se permitam seguir as direções que suas bússolas apontam. Vão correndo aos lugares e às pessoas que fazem seus corações vibrarem, genuinamente – quando não há condições ou bloqueios. E saibam que não tem problema quando o entendimento falhar e errarmos algumas vezes, pois, o caminho de volta também leva a algum lugar.
Quando seguimos nossa bússola, o caminho é sempre fluido e natural, traz estabilidade mesmo quando não estiver tudo certo e feliz como imaginamos. E mesmo sendo assim, vão chegar momentos de garoa ou tempestade. O fato é que quando estamos em consonância com o que anima nossos corações, nos fortalecemos em meio às adversidades.
Conversando com uma amiga de anos, com quem minha bússola sempre me guiou para continuar a amizade, mesmo eu não tendo tanta consciência disso antes, ela me contou que sente conexão com seu propósito em relação à escolha de fazer enfermagem, principalmente lidando com desafíos no estágio, feito no hospital de oncologia. “Eu me sinto muito animada e grata por estar ali, por mais que tenha tantas questões complexas… Quero me dedicar ao máximo pelo amor e satisfação que tenho, penso que se unem ao meu propósito”
Em situações dolorosas também somos guiados. Por exemplo, às vezes, a ideia de trabalhar em certo lugar parece tão majestosa, trazer muitos benefícios, mas, por algum motivo, precisamos nos sobrecarregar e, no fim do dia, sentimos o coração pesado. Consideraria que nossa bússola aponta a outra direção em vez dessa.
À vista disso, faço um convite a experenciar a riqueza de lugares, situações e pessoas que nos esperam nos caminhos do coração, nos caminhos que nossas agulhas magnéticas direcionam.