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Papa pede diálogo franco na abertura do Sínodo sobre as famílias

Liberdade de expressão e respeito por cada posição deverão caracterizar os trabalhos, que se estendem até 18 de outubro, quando o Vaticano publicará uma mensagem conclusiva

por Redação*   publicado às 13:52 de 07/10/2014, modificado às 16:23 de 08/10/2014

Teve início na manhã da última segunda-feira (6), no Vaticano, a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que terá como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. A primeira reunião foi coordenada por um dos três presidentes nomeados pelo Papa Francisco, o cardeal Vingt-Trois, arcebispo de Paris, que saudou os presentes.

Papa Francisco. Foto: Mazur/Catholic Church England and Wales (23/02/2014).

Francisco tomou brevemente a palavra, agradecendo todos os que trabalharam intensamente para a realização da Assembleia e sublinhando a dimensão de colegialidade e de sinodalidade que a caracteriza. Ele observou que os Padres sinodais são portadores da voz das Igrejas particulares, congregadas em Conferências Episcopais, fazendo notar desde o início uma distinção: “A Igreja universal e as Igrejas particulares são de instituição divina, as Igrejas locais entendidas como tais são de instituição humana.” Trata-se de um exercício de “sinodalidade”.

"É uma grande responsabilidade: trazer as realidades e as problemáticas das Igrejas, para as ajudar a caminhar naquela via que é o Evangelho da família. Uma condição geral de base é esta: falar claro. Ninguém diga: ‘Isto não se pode dizer, alguém pensará de mim isto ou aquilo…’ É preciso dizer com parresia (frontalidade) tudo o que se sente", afirmou Francisco.

O Papa observou que, depois do último Consistório, de fevereiro passado, em que se falou da família, um Cardeal escreveu-lhe dizendo: "é pena que alguns Cardeais não tenham tido a coragem de dizer algumas coisas, com receio que o Papa pensasse algo de diferente..."

"Isto não está certo, isto não é sinodalidade, porque há que dizer tudo aquilo que no Senhor cada um se sentir no dever de dizer: sem respeito humano, sem acanhamento. E ao mesmo tempo, há que escutar com humildade e acolher de coração aberto o que dizem os irmãos. É com estas duas atitudes que se exerce a sinodalidade. Por isso, peço-vos, por favor, estas duas atitudes de irmãos no Senhor: falar com parresia – clareza e coragem evangélicas – e escutar com humildade. Fazei-o com muita tranquilidade e paz, porque o Sínodo decorre sempre cum Petro et sub Petro e a presença do Pai é garantia para todos e custódia da fé. Caros irmãos, colaboremos todos para que se afirme com clareza a dinâmica da sinodalidade", exortou o Papa. 

Com informações da Rádio Vaticano.

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