Economia / Sustentabilidade
  

Cientistas criam material que tende a deixar energia solar mais barata e eficiente

O produto custa um quinto do preço dos outros e eleva a eficiência energética em 20,2%, enquanto os painéis que estão hoje no mercado conseguem 14%

por EcoDesenvolvimento*   publicado às 12:23 de 26/01/2016, modificado às 12:23 de 26/01/2016

Por meio da engenharia molecular, cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, desenvolveram recentemente um material capaz de transportar cargas positivas dentro dos painéis solares. Esta função é essencial para que as placas funcionem, mas, até hoje, os transportadores de carga eram muito caros.

Foto: Free Images

Segundo os pesquisadores, as moléculas de FDT (sigla em inglês para fluoreno-ditiofeno dissimétrico) custam um quinto do preço dos outros produtos e elevam a eficiência energética em 20,2%, enquanto os painéis que estão hoje no mercado conseguem 14%.

O FDT pode, também, ser facilmente modificado, segundo os pesquisadores. Isso permitiria o aumento do leque de opções para construir vários modelos de placas fotovoltaicas.

As novas placas de FDT são formadas a partir da perovskita, um tipo de mineral que assume a forma de cristais e é largamente utilizado para equipamentos de energia solar. Segundo um de seus criadores, o professor Mohammad Nazeeruddin, elas são mais fáceis de fabricar e purificar.

Compra e instalação
O alto custo de compra e instalação de painéis fotovoltaicos é um dos grandes entraves para a disseminação do uso de energia solar no Brasil e no mundo, mas a descoberta suíça promete mudar radicalmente esse cenário.

O coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Ricardo Baitelo, lembrou ao jornal O Globo que existem outras tecnologias ainda em laboratório que permitem aumentar a eficiência da energia solar em até 40%, mas todas elas são mais caras do que as que temos no mercado.

Larga escala
"A grande novidade dessa descoberta é a possibilidade de fazer a eficiência crescer ao mesmo tempo em que se reduz o custo", destaca. O grande salto vai ser conseguir produzir placas com esse material em larga escala.

Para Baitelo, além de reduzir o preço dos equipamentos, é preciso encontrar uma forma de baratear os serviços — instalação e manutenção — e a logística.

"O Brasil importa todos os equipamentos relacionados a energia solar. Se começarmos a fabricá-los, gastaremos menos com logística", ressalta.

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