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UNESCO anuncia vencedoras de Prêmio ‘Para Mulheres na Ciência’

Em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a L'Oréal, a organização contemplou cientistas de Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Curitiba

por ONU Brasil   publicado às 08:00 de 04/08/2017

Você sabia que a falta de cuidados parentais na primeira infância pode afetar a formação do cérebro de uma criança, com consequências que podem durar a vida toda? Já imaginou que, se uma pessoa com câncer não responde ao tratamento quimioterápico, o problema pode ser a produção de determinada proteína em suas células? Esses são exemplos dos temas pesquisados pelas vencedoras da 12ª edição do “Para Mulheres na Ciência”, programa desenvolvido no Brasil pela L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Participação de mulheres e meninas em atividades de pesquisa deve ser estimulada e promovida em todos os níveis, segundo a UNESCO. Foto: WikiCommons/Argonne National Laboratory/George Joch

O objetivo da iniciativa é promover a participação das mulheres no ambiente científico e fomentar novas pesquisas. Entre as sete premiadas deste ano estão cientistas de Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Curitiba. Cada pesquisadora receberá uma bolsa-auxílio de 50 mil reais para dar prosseguimento a seus estudos.

Os trabalhos têm o potencial de encontrar soluções para problemas econômicos, ecológicos e de saúde. A mineira Fernanda Tonelli, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, propõe usar peixes como fábricas de hormônios humanos – uma estratégia que, se implementada no Brasil, pode gerar uma economia de mais de 125 milhões de reais por ano aos cofres públicos. 

Rafaela Ferreira, também da UFMG, cria moléculas sintéticas na busca de tratamentos mais eficazes contra zika e Doença de Chagas, duas enfermidades com grande importância epidemiológica no país.

Já a gaúcha Marília Nunes, que hoje vive no Pará e atua na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), procura estratégias para evitar a extinção, no estado, do pirarucu, um peixe que pode chegar a 200 quilos e sofre com a pesca predatória. 

Há 12 anos, o prêmio ajuda no prosseguimento de pesquisas e contribui para que a ciência brasileira ganhe destaque. Jenaina Ribeiro Soares, física da Universidade Federal de Lavras (UFLA), afirma que os recursos conseguidos vieram em ótima hora. “Eles vão nos tirar de um sufoco, a situação de ter equipamentos parados por falta de reagentes. Além disso, vamos poder comprar material para instrumentação científica barateada. Tudo isso vai permitir desenvolver projetos de ponta e inéditos no país”, declarou.

A matemática Diana Nóbrega, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), concorda, afirmando que o aporte financeiro do prêmio também vai ajudar a atrair mais alunos e a melhorar a infraestrutura para pesquisa na UERJ, com a perspectiva de construir um mini-laboratório.

O coro é reforçado por todas as vencedoras. Mas as cientistas veem, também, uma outra contribuição fundamental do prêmio: “sinto-me pessoalmente reconhecida ao ser premiada: alguém leu meu trabalho e acreditou nele. Mas acho que o reconhecimento dado pelo prêmio vai além — é o reconhecimento à participação feminina na ciência – uma ciência que, desde sempre, tem muito mais rostos masculinos, não porque as mulheres não fazem ciência, mas sim porque não são apoiadas e reconhecidas”, comemorou Pâmela Carpes.

Ao todo, 400 pesquisadoras se inscreveram nesta edição do “Para Mulheres na Ciência”, que premia quatro categorias: Ciências da Vida, Química, Matemática e Física.

Saiba mais sobre o programa:
Facebook: www.facebook.com/paramulheresnaciencia
Twitter: @mulhernacienciaOfficial
Site Oficial: www.paramulheresnaciencia.com.br

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