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Edital apoia projetos para combater discurso de ódio na internet

As dez melhores ideias para estimular o diálogo, o respeito e a diversidade serão colocadas em prática com o auxílio de bolsas entre R$ 1,5 mil e R$ 12 mil

por Porvir*   publicado às 11:15 de 22/02/2018, modificado às 11:21 de 22/02/2018

Nos últimos doze anos, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos recebeu quase 4 milhões de denúncias anônimas de 701.224 páginas virtuais acusadas de compartilhar conteúdos que expressam intolerância religiosa, homofobia, maus tratos contra animais, pornografia infantil, apologia e incitação a crimes, tráfico de pessoas, neo nazismo, xenofoboia e racismo. Para combater o discurso de ódio na internet, a SaferNet – organização que promove a orientação para o uso seguro do meio digital –, em parceria com o Google e a UNICEF Brasil, lançou um laboratório de ideias que irá apoiar projetos de adolescentes e jovens que valorizam o diálogo e o respeito à diversidade.

Protestar sim, julgar não. Foto: Freepik* (megafone)

Chamado de SaferLab, o projeto pretende estimular a produção de contranarrativas para o discurso de ódio e a discriminação online. Diante de um cenário de polarização e intolerância crescente, o laboratório irá oferecer um mês de formação virtual e um final de semana de imersão presencial para que os participantes aprendam a criar projetos relevantes que valorizam os direitos humanos na internet. Além disso, eles também terão contato com técnicas práticas de narrativas e produção de conteúdo online.

Dividido em três etapas, que terminam com uma competição, o projeto conta com: encontros online, que tratam de temas como liberdade de expressão, responsabilidade de produtores de conteúdo, discurso de ódio, governança na internet e regras da web; imersões, que acontecem em cinco capitais brasileiras e discutem esses temas com maior aprofundamento; e mentorias, que oferecem apoio para a elaboração dos projetos.

A inciativa é voltada para grupos de adolescentes e jovens, entre 16 e 25 anos, que se identifiquem com a causa da diversidade e queiram aprender a produzir conteúdo digital (redação, ilustração, design, produção audiovisual, programação, inteligência de dados, entre outros). Prioritariamente, também serão selecionados participantes que pertencem a grupos que costumam ser alvos frequentes de discriminação online, como povos indígenas, afrodescendentes, mulheres e LGBT.

Para participar, os adolescentes e jovens devem formar um time de três a cinco pessoas. Ao preencher um formulário online, até o dia 1 de março, eles deverão responder a perguntas sobre sua etnia, gênero, visões e crenças.

Os dez melhores grupos, selecionados por um júri referência na área, serão contemplados com bolsas que vão de R$ 1,5 mil a R$ 12 mil para desenvolver os projetos. As iniciativas serão implementadas entre outubro e dezembro, com apresentação das três melhores durante um evento em janeiro de 2019.

Mais informações estão disponíveis em http://saferlab.org.br.

*Texto original publicado pelo Porvir.

Tags:

tecnologia, paz, diálogo, intolerância, redes sociais, discurso de ódio