“Se você educa uma mulher, educa uma nação”. O provérbio, bastante conhecido mas sem um consenso sobre a autoria, resume o impacto do empoderamento educacional feminino não apenas nas trajetórias individuais, mas também no rumo a ser seguido pelas gerações futuras. Com o objetivo de influenciar toda a sociedade da Índia, a Foundation to Educate Girls Globally investe em acesso à educação de qualidade em distritos com índices críticos de desigualdade de gênero. O país tem mais de 3,7 milhões de meninas fora da escola e cerca de 200 milhões de analfabetas.
Um modelo inovador de reforma escolar que garante a participação ativa de governo, escola, comunidade e alunas foi adotado em 5 mil instituições públicas de Pali, Jalore e Sirohi, onde ocorreu uma reorganização da estrutura existente e foram reaproveitados os investimentos que o governo destina à educação. Como resultado, a Educate Girls tem conseguido aumentar o número de meninas matriculadas, retê-las durante todo o ano letivo e melhorar os resultados de aprendizagem, especialmente em línguas e matemática. Em seis anos, mais de 58 mil garotas de 6 a 14 anos já foram matriculadas nesses locais.
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“O Creative Learning and Teaching (CLT) é uma metodologia baseada em atividades que tornam o aprendizado mais divertido para as crianças, mantendo a santidade do ensino. Nós treinamos professores e voluntários, chamados Team Balika, para aplicar o módulo, com duração de 20 a 24 semanas, que inclui um kit exclusivo com atividades e jogos”, explica a fundadora e CEO do Educate Girls, Safeena Husain, em entrevista ao Porvir. Testes antes e depois da sua implantação são feitos nas escolas para avaliar a melhoria dos níveis de aprendizagem das crianças. Em um ano, os resultados de aprendizagem em inglês, hindi e matemática melhoram, em média, 30%.
Outra ação importante é a formação de jovens líderes, que atuam nas escolas e em seus vilarejos como referências. Chamado de Bal Sabhas, um conselho formado por 13 meninas é eleito democraticamente e tem como responsabilidade o estímulo à participação escolar. Como uma atividade extracurricular, as integrantes contam com currículo voltado para o desenvolvimento de habilidades como comunicação eficaz, liderança, pensamento crítico e resolução de problemas. “Trata-se de um conjunto de 10 competências que são trabalhadas por meio de cinco jogos interativos, que também lapidam a tomada de decisões, pensamento criativo, autoconhecimento, empatia, quociente emocional e gerenciamento de estresse. Ainda que essas atividades sejam trabalhadas apenas no Bal Sabhas, nós garantimos que as líderes sejam multiplicadoras entre suas colegas”, afirma a CEO.