Os argentinos não são inimigos

Foto: Photopin.com

No último domingo, a seleção brasileira de basquete venceu a Argentina por 68 a 59, no torneio amistoso de preparação para o Mundial na Espanha, que começa no fim desse mês. O jogo acirrado, vencido nos detalhes, colocou em evidência, mais uma vez, um aspecto do esporte que tem ganhado relevo na imprensa brasileira: a rivalidade entre Brasil e Argentina.

Por ter muitos amigos no país vizinho e considerar a Argentina uma nação esplêndida, fico incomodado com a insensibilidade de alguns jornalistas e publicitários que acabam fazendo com que a rivalidade entre os dois países transcenda os limites do campo.

De onde vem a rivalidade no esporte?

O surgimento da rivalidade esportiva tem data e local específico: o dia 30 de novembro de 1872, em Glasgow, Escócia. Foi nesse dia que, pela primeira vez na história, atletas defendendo seus países se enfrentaram em um evento de certa relevância. A partida de futebol entre Escócia e Inglaterra é tratada como um marco do esporte...

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A arte de aprender com a derrota

O titular da Alemanha, Özil, doou expressiva quantia de dinheiro para financiar cirurgias de crianças brasileiras. Foto: Reprodução/Facebook

“Falhei mais de 9000 arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Vinte e seis vezes fui escolhido para fazer o arremesso decisivo e falhei. Falhei vezes atrás de vezes durante a minha vida. E foi por causa disso que me tornei um vencedor”.

A frase acima, atribuída ao lendário jogador de basquete estadunidense Michael Jordan, enfatiza uma das mais importantes lições que o esporte pode dar aos seus competidores: aprender a perder.

Esportistas perdem competições devido aos próprios erros, mas também, muitas vezes, por conta de erros dos outros. Perdem por falta de coragem, falta de vontade e até por falta de esforço. Ou perdem simplesmente porque o adversário foi melhor. Contudo, aprender a perder, por mais doloroso que seja, é uma arte que nos ajuda a crescer, a nos conhecer melhor e a descobrir nossos limites para, em um futuro possível,...

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A Copa das Copas na perspectiva da fraternidade

Foto: Ben Tavener/Flickr

A “Copa das Copas” entra na sua última semana. Nos últimos dias, conhecemos as quatro melhores seleções – Brasil, Alemanha, Argentina e Holanda - que irão lutar pelo troféu mais desejado do futebol mundial.

A seleção brasileira terá que se desdobrar contra a Alemanha, para superar a ausência de Neymar, contundido nas quartas de finais. Além de ser um episódio triste para nós, brasileiros, mas também para os admiradores do bom futebol em todo o mundo, a saída do craque tupiniquim da Copa, evidenciou também a incapacidade de muitos torcedores colherem o sentido último do esporte.

Juan Zúñiga, defensor colombiano que fez com que Neymar fraturasse a terceira vértebra da coluna, tem sido perseguido pela imprensa e por alguns torcedores. Até mesmo sua família tem recebido ofensas, muitas delas racistas, pelo ocorrido.

Como aconteceu com o uruguaio Suarez, guardadas, porém, as devidas proporções, Zúñiga poderia até merecer uma punição um pouco mais rigorosa pelo que...

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O Ramadã e a Copa do mundo

Foto: natemeg2006 / Flickr

Enquanto a Copa continua nos surpreendendo dentro e fora de campo, um aspecto em particular me chamou a atenção nos últimos dias, mais ligado a religião do que ao futebol.

No último sábado, dia 28 de junho, os muçulmanos de todo o mundo passaram a estar reunidos em um dos cinco pilares do Islã: o Ramadã. Segundo a liturgia sagrada “o mês de Ramadã foi o mês em que foi revelado o Alcorão”. Dessa forma, para, principalmente, exprimir a gratidão pelo “dom” do seu livro sagrado, os seguidores do Alcorão são convidados a abster-se de comer e beber desde a alvorada até o pôr-do-sol.

O desafio dos jogadores muçulmanos

Este ano, as oitavas de finais da Copa do Mundo coincidem com o mês sagrado dos mulçumanos e muitos jogadores da Alemanha, Bélgica, Franca, Suíça, Nigéria e, principalmente, Argélia, são seguidores do Islã. O dilema do cumprimento do Ramadã é maior para os jogadores dessas seleções, principalmente pelo fato de os jogos acontecerem durante o período...

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Copa do Mundo: festa da generosidade

A primeira fase da Copa do Mundo no Brasil está acabando. Inúmeras surpresas dentro e fora do campo fizeram a comunidade internacional repensar os seus julgamentos. Os mesmos jornais que, há quinze dias, criticavam severamente a organização do torneio no nosso país, agora já consideram essa a “Copa das Copas”.

Diante dos problemas relacionados, sobretudo,  à infraestrutura, a acolhida e, principalmente, a generosidade do povo brasileiro têm contribuído para fazer da estadia dos estrangeiros uma bonita experiência. Claro que isso não deve esconder as nossas falhas, mas essa solução caseira mostra que, mesmo sem um contexto perfeito somos capazes de promover um grande evento esportivo.

Generosidade no campo

Dentro das quatro linhas, a Copa tem mostrado que nem sempre o melhor, em número de estrelas e tradição futebolística, vence.

Em qualquer competição esportiva é fundamental uma boa preparação técnica e tática. Mas só isso basta? Como jogador amador, ainda menino, ouvi do meu técnico...

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Em dias de Copa, brasileiro brilha no basquete

Em dias de Copa do Mundo é difícil prestar atenção em outros eventos esportivos. A primeira semana do evento futebolístico planetário tem sido repleta de surpresas, dentro e fora do campo.

Dois momentos distintos chamaram a minha atenção nos últimos dias: O primeiro foi o exemplo de educação por parte dos torcedores japoneses, que foram vistos recolhendo o próprio lixo após a partida em que o Japão foi derrotado pela Costa do Marfim por 2x1. O segundo foi o “rolezinho” no shopping Midway em Natal, feito pelos torcedores de Gana e admirado por aqueles que presenciaram a festa.

 

Esses acontecimentos mostram bem como a Copa promove momentos incríveis, não só dentro do campo. Porém é preciso ficar atento!

Um pouco além do futebol

Peço desculpas aos amantes do futebol para, mesmo no calor da Copa, falar de outro esporte, não tão popular em terras brasileiras: o basquete.

Enquanto o mundo inteiro se emociona com as maravilhosas partidas que a Copa no Brasil tem promovido, nos Estados Unidos,...

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Sobre

Fazer do esporte um instrumento de promoção da fraternidade é aceitar o desafio de descobrir, acima de tudo, a prática de atividades físicas como possibilidade de encontro, de relação. Em uma competição esportiva, o adversário não é um inimigo, nem o jogo uma batalha. Por isso, respeitar as regras predefinidas e preservar um espírito de lealdade e honestidade tornam-se elementos essenciais para que o esporte realize a sua missão socioeducativa. Neste blog, queremos identificar, discutir e descobrir os grandes promotores do esporte no Brasil e no mundo e, com eles, refletir sobre valores que ajudam a edificar a nossa sociedade.

Autores

Valter Hugo Muniz

Jornalista com experiências internacionais na Ásia (Indonésia) e na África (Costa do Marfim). Atualmente mora em Genebra, na Suíça. É formado em jornalismo pela PUC-SP. Trabalhou em agências de comunicação, empresas multinacionais, editoras e na televisão. Concluiu recentemente uma pós-graduação no Instituto Universitário Sophia, em Florença, Itália.