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Após Carnaval, mergulhadores retiram mais de 700 kg de lixo do mar em Salvador​

Só de latinhas de alumínio os 60 voluntários do projeto Fundo Limpo recolheram mais de 20 kg. Cada uma delas leva até 100 anos para se decompor

por EcoDesenvolvimento*   publicado às 07:00 de 22/02/2015

Um dos principais circuitos do Carnaval de Salvador, o Dodô, fica situado na região da praia da Barra. Depois de quase uma semana de folia, as areias e águas acabam afetadas pela falta de consciência ecológica de boa parte dos foliões. Um grupo de mergulhadores, surfistas e voluntários retiraram na manhã da última quinta-feira (19), 706 kg de resíduos do local.

Mais de 20kg de latinhas foram retirados do mar: cada uma delas demora 100 anos para se decompor Foto: Fundo Limpo/Reprodução

Só de latinhas de alumínio os 60 voluntários do projeto Fundo Limpo recolheram mais de 20 kg do fundo do mar - cada uma delas leva até 100 anos para se decompor. Bitucas de cigarro, roupas íntimas, pneus, mais de 800 palitos de churrasco, cordas, uma vassoura, uma escada e R$ 32 também estavam entre os materiais recolhidos.

Em 2014 esse número foi um pouco maior: 714,3 kg. O idealizador da ação, Bruno Rocha Souza, 37 anos, acredita que as pessoas estão mais conscientes. “Neste Carnaval, vi pessoas descendo até a praia para recolher o lixo. Ano passado, achamos até uma máquina e um fogão industrial”, relatou ao jornal Correio.

Os resíduos recicláveis foram encaminhados para a coleta seletiva e os orgânicos foram levados pela prefeitura.

Proprietário de uma escola de mergulho no Porto da Barra, Bruno teve a ideia de realizar mutirões em 1994, quando seus alunos se queixaram da sujeira do mar. Hoje, ele divulga o projeto pelo Facebook e pelo site da escola para recrutar voluntários. “Fazemos essa ação quatro vezes por ano. Antes do Carnaval para limpar os resíduos do Verão, após o Carnaval, em julho ou junho e setembro”, explicou. Aulas de mergulho gratuitas são oferecidas durante quatro finais de semana para treinar o pessoal interessado.

Recicláveis e orgânicos

Segundo o instrutor, o custo da ação foi de R$ 36 mil e contou com a ajuda de patrocinadores. “Temos gastos com a publicidade para conscientizar a população, diesel utilizado nos barcos, cilindros de oxigênio e material para limpeza”, explicou a estudante de Biologia Ana Diniz, 37, que participa da organização. As equipes de limpeza entraram no mar às 8h e saíram por volta das 13h.

Quatro praias foram percorridas: Porto da Barra, Cristo, Farol e a praia em frente ao Hospital Espanhol. Uma triagem dos resíduos recolhidos foi realizada em frente ao Forte Santa Maria e durou aproximadamente três horas. Os resíduos recicláveis foram encaminhados para a coleta seletiva e os orgânicos foram levados pela prefeitura.

*Texto original publicado pelo EcoDesenvolvimento.

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