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Vigília na Catedral de Brasília homenageia camponeses mortos na última semana

Dois trabalhadores rurais morreram em confronto com a polícia, no Paraná, e um terceiro foi assassinado em sua casa, no assentamento do qual era uma das lideranças, na Paraíba

por Felipe Pontes - Agência Brasil   publicado às 09:29 de 11/04/2016, modificado às 09:29 de 11/04/2016

Cerca de 100 pessoas participaram, na noite de sábado (9), de uma vigília em frente à Catedral Metropolitana de Brasília para homenagear os dois camponeses mortos em confronto com a polícia na última quinta-feira (7), no Paraná, e um terceiro, assassinado no dia anterior, na Paraíba, todos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Catedral de Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Vilmar Bordin, de 44 anos, e Leonir Bhorbak, de 25 anos, faziam parte do Acampamento São Tomás Balduíno, localizado numa fazendo da empresa de celulose Araupel, no município de Quedas do Iguaçu (PR). Ambos foram enterrados na manhã de sábado. Na noite de quarta-feira (6), o camponês Ivanildo Francisco da Silva, que não teve a idade divulgada, foi assassinado a tiros, em casa, diante da filha de um ano, no assentamento do qual era uma das lideranças, no município de Mogeiro (PB).

Uma ampla faixa com os dizeres “Se calarmos, as pedras falarão” foi aberta em frente à catedral, enquanto os participantes discursavam e cantavam em solidariedade aos mortos, trazendo nas mãos velas e cruzes com os nomes dos homenageados.

“Vim aqui hoje por acreditar na justeza da pauta da luta pela terra. É injusto você ter uma concentração de terra tão grande na mão de poucos”, disse a servidora pública Maria do Socorro, de 53 anos, que contou ter comparecido espontaneamente, após ver uma publicação sobre o ato nas redes sociais.

As autoridades de segurança paranaenses e o MST deram versões conflitantes sobre o episódio. O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou que a Polícia Federal abra inquérito próprio sobre o caso.

Presente ao ato, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que “o motivo dessas mortes é provocar medo”. Ele encorajou o MST a não recuar em sua pauta de reivindicações.

Na manhã de sábado, um ato foi organizado pelo MST no Paraná, em protesto contra a morte dos trabalhadores.

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