Não foi a forma ideal de começar uma partida, mas o fato de a Croácia abrir o placar logo no início do jogo, com um gol contra de Marcelo, não desestabilizou a Seleção Brasileira. Na vitória por 3 x 1 na estreia na Copa do Mundo, na Arena Corinthians, em São Paulo, dois elementos foram cruciais, segundo os jogadores: o poder de reação da equipe e o apoio da torcida.
“Claro que não queremos tomar o gol, mas o lance aconteceu e o importante foi que a equipe manteve uma tranquilidade muito boa e conseguiu reverter o placar”, disse Paulinho.
Neymar comemora gol no jogo de abertura da Copa do Mundo 2014. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Hernanes, que o substituiu no jogo no segundo tempo, disse que a possível situação adversa foi trabalhada pelo técnico Luiz Felipe Scolari. “Felipão tinha previsto que isso podia acontecer e a gente estava preparado. A equipe estava madura e conseguiu reagir. É um grupo jovem, mas experiente, é um grupo pronto para enfrentar situações difíceis”, afirmou.
Daniel Alves também destacou a tranquilidade da equipe e evitou falar sobre o lance que originou o segundo gol, em que Fred disputou a bola com Lovren e o árbitro japonês Yuichi Nishimura marcou pênalti. “Se a gente começa a falar de arbitragem, tira o mérito do grande esforço que a gente fez para tentar superar o gol que a gente sofreu, então eu fico com o esforço do grupo, com a dedicação e com a paciência e a tranquilidade que a gente teve para remontar o resultado”, disse o lateral-direito.
“É a confinça, a gente confia muito um no outro. Todo mundo sabe o que o outro tem que fazer e acabamos virando o jogo”, acrescentou Oscar.
Apoio e emoção
“Você viu que lindo? Eu não aguentei, me emocionei demais, é uma coisa que só quem está ali dentro vivenciando pode sentir”. Assim Julio Cesar se referiu ao momento do hino nacional em que, como virou tradição na Copa das Confederações, a torcida continuou cantando mesmo após o fim do acompanhamento musical. O goleiro da Seleção também elogiou o comportamento da torcida durante toda a partida.
Itaquerão lotado no jogo de abertura da Copa do Mundo 2014. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
“Ela fez um papel brilhante. Em outras oportunidades, especialmente para mim nas eliminatórias de 2010, tive situações complicadas com a torcida brasileira. A paritr da Copa das Confederações, essa união da torcida com a equipe está sendo muito linda de se ver”, acrescentou.
Neymar disse que ficou surpreso com o apoio constante vindo das arquibancadas. “ A torcida está de parabéns, correspondeu mais do que eu esperava, tanto que tomamos o gol e ela continuou nos incentivando até o final”, contou.
Para Hernanes, a emoção em virtude do carinho dos torcedores começou muito antes da chegada ao estádio “Uma emoção como a que eu senti hoje, do hotel até o hino, eu nunca tinha sentido na minha vida, foi maravilhoso. Agradeço ao povo paulista, ao povo brasileiro. O torcedor na rua, todo mundo vibrando, aqui no estádio também, o torcedor cantando, todos unidos, foi um dia especial. E você conviver com todas essas emoções e jogar a partida não é fácil. Mas passou, conseguimos a vitória e agora vamos em frente”, disse.
No momento mais difícil, também foi a torcida um elemento fundamental para a reação de Marcelo após marcar o gol contra. “Em campo, não preicsa ninguém chegar e falar nada. Só no olhar você sabe que teus amigos estão contigo. E a torcida foi sensacional, gritou meu nome e me apoiou ali depois do gol, e eu me senti muito mais tranquilo”, afirmou.
Já o capitão da equipe destacou a capacidade do time de não perder a concentração no momento em que estava atrás no placar. E, como sempre faz, foi olhando para as arquibancadas que ele se deu conta de que o segundo gol – resultado da cobrança de pênalti por Neymar – havia acontecido. “Não estou acostumado a olhar, até mesmo no Paris Saint-Germain eu não olho, eu não consigo. Não sei se é tensão...prefiro ficar de costas e olhar para a torcida. Se ela levanta, porque é gol. E hoje foi assim”, explicou Thiago Silva.
O próximo desafio do Brasil na Copa do Mundo de 2014 é no dia 17 de junho, contro o México, no Castelão, em Fortaleza.