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Afeganistão realiza sua primeira transição democrática de poder

Eleições transcorreram tranquilamente, mas 11 pessoas tiveram o dedo indicador arrancado por talibãs, como forma de punição por irem às urnas.

por Redação*   publicado às 09:25 de 17/06/2014, modificado às 01:13 de 12/11/2014

Cerca de 60% dos 12 milhões de eleitores do Afeganistão foram às urnas no último sábado (14), de acordo com estimativas iniciais da Comissão Eleitoral Independente. Esta é a primeira transição democrática de poder na história do país.

Em um comunicado após o término da eleição, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou a participação de homens e mulheres em todo o país por ter demonstrado seu compromisso com a construção do futuro do seu país – e rejeitando a violência e intimidação.

 

Os cidadãos escolheram entre o ex-ministro de Relações Exteriores, Abdullah Abdullah, e o ex-economista do Banco Mundial, Ashraf Ghani. Segundo a comissão eleitoral do país, o processo transcorreu tranquilamente na maior parte do país, com alguns centros de votação registrando falta de urnas.

Violência

Durante entrevistas com os monitores de direitos humanos da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA), 11 pessoas acusaram o Talibã de cortar o seu dedo indicador como punição por terem votado na província ocidental de Herat. O dedo manchado de tinta é usado como prova de que a pessoa votou e visa a evitar que os eleitores votem mais de uma vez.

O incidente foi veementemente condenado pelo representante especial do secretário-geral da ONU para o Afeganistão, Ján Kubis. “Como milhões de compatriotas e mulheres, esses afegãos comuns estavam exercendo seu direito fundamental para determinar o futuro do seu país através do voto e não através da violência e da intimidação”, afirmou.

Kubis, que lidera a UNAMA, disse que essa “crueldade desumana contra civis afegãos” é uma manifestação de fraqueza e desespero. “Eles sabem que perderam o apoio do povo afegão”, acrescentou. “Ao votar, eles já derrotaram aqueles que promovem o terror e a violência”.

*Com informações da ONU Brasil. Foto: Jawad Jalali/UNAMA

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