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Grito dos Excluídos lembra manifestações de junho e quer estimular volta às ruas

Realizado anualmente em 7 de Setembro e organizado por movimentos sociais e pastorais católicas, o protesto deste ano terá como lema "Ocupar ruas e praças por liberdades e direitos"

por Elaine Patricia Cruz - Agência Brasil   publicado às 09:47 de 03/09/2014

As manifestações que ocorreram com grande intensidade em 2013 em todo o país serão lembradas, neste ano, no 20º Grito dos Excluídos, evento que ocorre em todo feriado de 7 de Setembro e é organizado por movimentos sociais e pelas pastorais católicas. O lema desta edição é "Ocupar ruas e praças por liberdades e direitos".

Cartaz produzido por manifestantes no Grito dos Excluídos 2009. Foto: Divulgação

Segundo dom Pedro Luiz Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), o lema deste ano lembra os protestos ocorridos em 2013. "Esses atos trouxeram de volta a importância de o povo se manifestar. Elas foram prejudicadas por grupos violentos que entraram para atrapalhar, mas isso não significa que o povo não deve se manifestar. E ele deve se manifestar nas ruas, nas eleições e, sobretudo, no dia a dia, nas associações de bairro, por exemplo, que é também a forma mais difícil porque exige mais perseverança”.

Em São Paulo, o ato terá início às 9h com uma missa que será celebrada na Catedral da Sé, seguida por uma caminhada até o Parque da Independência, no Ipiranga. Segundo Rosilene Wansetto, da Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos, o evento é celebrado em mais de mil cidades de todo o país.

De acordo com Rosilene, o grito pretende estimular a volta das pessoas às ruas, apesar de várias cidades terem reprimido as manifestações. “A repressão e a violência por parte do Estado nos fazem recuar e foi o que ocorreu durante a Copa do Mundo. Muita gente foi presa e sofreu com a repressão policial. Mas a rua é nossa, a rua é do povo. É onde fazemos política”, disse.

Para ela, as grandes mudanças no país são feitas não pelo voto, mas pelas ruas. “O voto acaba sendo uma ferramenta importante, mas a mudança realmente acontece nas ruas, do grito que está nas ruas”, ressaltou.

“Temos que ocupar os espaços, as praças e, principalmente, as ruas. A rua é o lugar onde o povo deve estar e que nunca poderia ter deixado após as manifestações de junho”, falou Débora Maria da Silva, coordenadora do Movimento Mães de Maio.

Paralelamente ao Grito dos Excluídos será realizada a 27ª Romaria dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, que tem como lema "Mãe negra Aparecida, padroeira deste chão, o povo trabalhador não aceita escravidão", que é promovida pela Pastoral Operária, com o apoio do Serviço Pastoral do Migrante. O evento terá início às 7h, com uma caminhada que sairá do Porto Itaguaçu, em Aparecida (SP), com destino ao Santuário de Aparecida. 

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