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Em discurso histórico, Obama pede mudanças em Cuba e diz que Guerra Fria acabou

O presidente norte-americano foi muito aplaudido quando qualificou como "um fardo ultrapassado" o embargo comercial e financeiro que afeta Cuba há mais de 50 anos

por José Romildo – Agência Brasil   publicado às 10:03 de 23/03/2016, modificado às 10:03 de 23/03/2016

Em pronunciamento no Teatro Grande Havana, transmitido ao vivo para toda a população cubana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama disse ontem (22) que o momento vivido nas relações entre os governos norte-americano e cubano exige que sejam enterrados “os últimos remanescentes da Guerra Fria nas Américas".

Raúl Castro recebe Barack Obama em Havana. Foto: Cuba Debate

"Estou aqui para estender a mão da amizade ao povo cubano", disse Obama. O pronunciamento de Obama ocorreu no último dia de permanência do presidente norte-americano em Cuba. Obama foi muito aplaudido quando mencionou a questão do embargo comercial e financeiro que afeta Cuba há mais de 50 anos. Segundo ele, o embargo é um "fardo ultrapassado para o povo cubano."

"Havana fica a apenas 90 milhas [cerca de 145 quilômetros] da Flórida, mas para chegar até aqui tivemos de percorrer uma grande distância", informou Obama ao se referir à série de preparativos que precederam a visita presidencial a Cuba.

O presidente dos Estados Unidos afirmou que há problemas que precisam ser resolvidos antes que ele possa convencer o Congresso norte-americano a levantar o embargo. "As diferenças entre nossos governos ao longo desses muitos anos são reais", acrescentou Obama em referência às questões dos direitos humanos e de eleições livres.

De acordo com Obama, os direitos humanos são universais e não políticos. "A América acredita na democracia. Acreditamos que as liberdades de expressão, de reunião e de religião não são apenas os valores americanos, mas valores universais", destacou.

O presidente norte-americano afirmou, porém, que os cubanos serão capazes de tomar suas próprias decisões em eleições livres e justas. Nessas eleições, segundo Obama, os cubanos poderão expressar seus pensamentos “sem medo”.

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