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Incra reconhece terras de comunidades quilombolas em quatro estados

Esses grupos étnicos são constituídos de descendentes de ex-escravizados e se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, as tradições e práticas culturais próprias

por Andreia Verdélio – Agência Brasil   publicado às 11:12 de 10/08/2017, modificado às 11:12 de 10/08/2017

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu hoje (10) seis terras de comunidades quilombolas em quatro estados: Bahia, Pará, Paraíba e Sergipe. As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União.

Quilombo São José da Serra - Comunidade de descendentes de pessoas escravizadas, localizada no Estado do Rio de Janeiro, na cidade de Valença. Foto: Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia

Na Bahia, foi reconhecida a Comunidade Remanescente de Quilombo de Morro Redondo, com uma área de 5 mil hectares, no município de Seabra. No Pará, no município de Óbidos, a Comunidade Remanescente de Quilombo Peruana vai ocupar uma área de 1,9 mil hectares. E na Paraíba, uma área de 322 hectares no município de Areia foi destinada à Comunidade Remanescente de Quilombo de Engenho Mundo Novo.

Em Sergipe, foram reconhecidas três terras quilombolas: a Comunidade Remanescente de Quilombo Desterro, com 124 hectares, em Indiaroba; a Comunidade Remanescente de Quilombo Forte, com  1,4 mil hectares, no município de Cumbe; e a Comunidade Remanescente de Quilombo Catuabo, com 886 hectares, em Frei Paulo.

As plantas memoriais e descritivas das terras estão disponíveis no Acervo Fundiário do Incra, no endereço eletrônico http://acervofundiario.incra.gov.br.

As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de ex-escravizados, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Segundo o Incra, estima-se que em todo o país existam mais de 3 mil comunidades quilombolas.

As terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos são utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural. Para o Incra, como parte de uma reparação histórica, a política de regularização fundiária de territórios quilombolas é de suma importância para a dignidade e garantia da continuidade desses grupos étnicos.

O Incra também tem disponível uma coleção de livros que mostra a diversidade de trajetórias vividas por ex-escravizados. A Coleção Terras de Quilombos  reúne narrativas sobre a formação, o modo de vida e as lutas travadas por comunidades quilombolas brasileiras para se manter em seus territórios tradicionais.

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