Religião
  

Papa vai lavar os pés de refugiados na Quinta-Feira Santa

A celebração será realizada no centro de requerentes de asilo de “Castelnuovo di Porto”, periferia norte de Roma, que acolhe, sobretudo, jovens refugiados

por Rádio Vaticano*   publicado às 08:00 de 23/03/2016
O Papa Francisco vai lavar os pés de 12 refugiados e refugiadas na próxima Quinta-Feira Santa, durante o rito do lava-pés na Santa Missa da Ceia do Senhor. A celebração da tarde de Quinta-feira Santa, início do Tríduo Pascal, vai se realizar no centro de requerentes de asilo de Castelnuovo di Porto, periferia norte de Roma, que acolhe, sobretudo, jovens refugiados.

No ano passado, Francisco celebrou a missa de Quinta-Feira Santa em prisão de Roma, onde lavou os pés de 12 dos 600 detentos que encontrou. Foto: Rádio Vaticano

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, disse aos jornalistas que não estão previstas quaisquer alterações ao programa de celebrações da Semana Santa, apesar dos atentados desta terça-feira em Bruxelas.

A decisão do Papa
A decisão de celebrar a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, fora do Vaticano já é uma tradição no atual pontificado: em 2015, Francisco foi ao complexo de Rebibbia, onde lavou os pés de alguns detentos, homens e mulheres. Em 2014, o Santo Padre deslocou-se ao Centro Santa Maria della Provvidenza, da Fundação Don Carlo Gnocchi, destinado à reabilitação de pessoas com deficiência e idosos; em 2013 esteve em uma casa de detenção juvenil da capital italiana.

Mudança no rito
Uma das mudanças promovidas pelo Papa Francisco, em nível litúrgico, foi a decisão anunciada este ano de modificar o rito do Missal Romano relativo ao lava-pés, estabelecendo que a participação no mesmo não seja limitada só aos homens e jovens.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou o Decreto que comunicou a mudança decidida pelo Papa, que altera a prática estabelecida em 1955, sobre a reforma da Semana Santa.

O Missal Romano passa a deixar de fazer referência aos “homens escolhidos”, passando a falar nos “escolhidos entre o povo de Deus”, de maneira que os responsáveis pelas comunidades católicas “possam escolher um grupo de fiéis que represente a variedade e a unidade de cada porção do povo de Deus”. 

*Texto original publicado por Rádio Vaticano.

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