Tecnologia / Sustentabilidade
  

Plataforma virtual divulga publicação com soluções inovadoras

Projeto pretende estimular inovações sustentáveis através da difusão de ideias já desenvolvidas em todas as partes do mundo

por Regina Scharf – Página 22   publicado às 15:20 de 01/07/2014, modificado às 15:22 de 01/07/2014

Chuveiro que recicla água do banho é uma das inovações citadas na publicação da Sustainia. Foto: Divulgação

Sustainia é uma plataforma virtual que promove inovações sustentáveis que sejam fáceis de multiplicar e financeiramente viáveis. Seu objetivo expresso é “vender sonhos, não pesadelos”. Concebida por grandes empresas (como Novo Nordisk, Microsoft e General Electric), ela tem o apoio do Global Compact, das Nações Unidas, e de personalidades conhecidas, como ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, a ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlem Bruntland, e o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri. A organização surgiu depois da Conferência das Partes 15 da Convenção de Mudanças Climáticas, em Copenhague, Dinamarca, 2009. É uma espécie de resposta otimista ao desânimo e aos poucos resultados da reunião. E, claro,  otimismo costuma despertar uma ponta de desconfiança.

Seu principal produto é uma publicação anual com 100 soluções inovadoras e particularmente promissoras. A última edição foi lançada no mês passado. É uma grande vitrine para empreendedores que precisam de visibilidade e investidores. Esta é a terceira lista elaborada pela Sustainia (veja as edições de 2013 2012). As soluções elencadas reúnem o melhor das 900 iniciativas submetidas à Sustainia, e foram divididas em dez categorias: construção, alimentação, moda, transportes, tecnologia da informação, educaçào, energia, saúde, cidades e recursos (categoria que inclui, por exemplo, iniciativas de reciclagem).

Aqui vai uma rápida amostra das tecnologias mais interessantes do guia (os links levam diretamente aos projetos):

  • O chuveiro desenvolvido pela Orbital Systems recicla a água do banho, permitindo uma economia de quase 90% da água, que é bombeada de volta para um filtro, instalado junto ao bucal.
  • A italiana Bio-on criou um plástico biodegradável, que pode ser usado em embalagens, como garrafas de água mineral, a partir da fermentação de resíduos de cana-de-açúcar e beterraba.
  • Sistema low-tech de irrigação por gotejamento que maximiza o uso da água em pequenas propriedades. Desenvolvido pela empresa israelense Netafim, ele prevê o uso de tanques elevados, que se valem da gravidade para abastecer dutos de gotejamento preciso, instalados junto às raízes da plantação, aumentando sua produtividade. A tecnologia permitiu reduzir em 60% o consumo de água no plantio de cana-de-açúcar no Peru.
  • Produção de larvas de moscas em depósitos de resíduos alimentares para uso como ração para galinhas e suínos. A ideia, da sul-africana AgriProtein, é substituir iscas de peixes e obter um alimento mais nutritivo do que a soja. A cada 110 toneladas de resíduos, são geradas 20 toneladas de larvas, 40 toneladas de fertilizantes e 50 toneladas de água. Uma das grandes vantagens desse modelo é que as larvas aumentam seu peso mais de 400 vezes em poucos dias.
  • A americana PowWow Energy desenvolveu um software que detecta vazamentos de água em sistemas de irrigação. Ele recolhe dados sobre os gastos de energia dos aspersores, identificando irregularidades, que são comunicadas via mensagem de texto aos produtores rurais.
  • Groasis Waterboxx é um sistema para cultivar árvores em áreas desérticas, rochosas ou erodidas e que dispensa energia ou sistemas de irrigação. É, basicamente, uma caixa com um depósito de 15 litros de água, que recolhe a água da chuva ou de condensação (o que permite que ela dispense reabastecimento). O sistema libera 50 mililitros ao dia para a planta – o suficiente para que ela tenha condições de expandir suas raízes até camadas de água subterrânea. Dados da Groasis sugerem uma taxa de sobrevivência e de economia de água superiores a 90%.
  • Tijolos encaixáveis produzidos manualmente com barro e uma pequena quantidade de cimento. Este projeto, desenvolvido pela ONG Haileybury Youth Trust em Uganda e no Quênia, dispensa a queima dos tijolos, tem baixa pegada de carbono e custo até 30% abaixo do produto convencional.
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sustentabilidade, tecnologia, desenvolvimento, soluções