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Mais negritude na sua estante: 8 escritores negros para conhecer

por Teresa Breda   publicado às 13:15 de 18/11/2021, modificado às 13:15 de 18/11/2021

Que tal encerrar o ano com bons livros na sua estante? Seja ela física ou virtual, a meta é sempre preenchê-la com obras que atraem nosso coração e com indicações que atiçam nossa curiosidade. 

E uma estante diversa é o melhor jeito de abrir os olhos e a mente para a humanidade e seus desafios. Por isso, com a aproximação do Dia da Consciência Negra separamos alguns escritores e escritoras para você adicionar mais negritude e mais cultura à sua estante. 

Conheça então 8 escritores negros da Língua Portuguesa!

Djamila Ribeiro

Admirada e lembrada pela coleção Feminismos Plurais e obras como Pequeno manual antirracista (2019), O que é lugar de fala (2017) e Quem tem medo do feminismo negro? (2018), Djamila Ribeiro desenhou com palavras os desafios e caminhos de se compreender o racismo e o feminismo negro. Filósofa, professora da PUC-SP e colunista do jornal Folha de S.Paulo, continua a crescer e inspirar gerações. 
 

Carlos de Assumpção 

Além de poeta, Carlos estudou Português, Francês e Direito. Intelectual, participou de grupos literários, colaborou com revistas e foi laureado com diversas premiações e títulos. Entre as obras deste que se tornou um dos maiores autores brasileiros, destaca-se o livro Protesto, traduzido para o alemão, francês e inglês, e o recente lançado "Não pararei de gritar", que pela primeira vez reúne sua poesia completa.

Carolina Maria de Jesus 

Já consagrada uma das maiores autoras brasileiras, Carolina Maria de Jesus nasceu em berço humilde, conseguiu estudar com suor, trabalhou como catadora de materiais recicláveis e, dos olhares de artista, tornou-se uma ávida leitora. O amor pelos livros a levou para a escrita de obras como Pedaços da Fome, Quarto de Despejo (1960) e “Casa de Alvenaria: diário de uma favelada”.

Cruz e Souza

Abolicionista e fundador de jornais literários, Cruz e Souza era filho de escravizados alforriados e tornou-se poeta, um dos maiores nomes da história do país. Sua educação foi formal, tornou-se um aluno brilhante e desde jovem escrevia seus poemas, que se desenvolveram futuramente em obras como Evocações e Broquéis. Foi admirado por muitos escritores e conviveu com Olavo Bilac e Raul Pompéia, mas felizmente, faleceu de tuberculose bastante jovem, aos 36 anos.

Ryane Leão

Poeta, professora e artista cuiabada, antes de lançar seu best-seller "Tudo Nela Brilha e Queima", Rayane trabalhou com arte de rua colando seus lambes (papéis com suas escritas) pela capital paulista por cinco anos. Mas, não foi nas ruas que se tornou conhecida. Suas publicações periódicas nas redes sociais alcançaram leitores e leitoras com fome de poesia. Hoje, sua obra já conquistou mais de 40 mil exemplares vendidos.

Fábio Kabral 

O afrofuturismo e a ancestralidade negra são alguns dos temas dedicados por Fábio Kabral. Suas obras direcionaram à fantasia e ficção científica, o autor cita O Senhor dos Anéis, obra de J.R.R. Tolkien, como grande influência literária. Além disso, Kabral cita como inspiração elementos da mitologia iorubá, como no livro “O Caçador Cibernético da Rua 13”.

Sueli Carneiro

Considerada uma das mais relevantes pensadoras do feminismo negro no Brasil, a filósofa, ativista antirracismo e escritora aparecida Sueli Carneiro Jacoel é Doutora em Filosofia pela USP e fundadora do GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra. Entre suas obras, podemos destacar "A cor do preconceito", "Mulheres que fazem São Paulo: a força feminina na construção metrópole" e "Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil''. 

Lélia Gonzalez

Filha de operário negro e de doméstica com origens indígenas, Lélia teve a oportunidade e estudar, a qual abraçou e graduou-se como historiadora e filósofa. Além de acadêmica,  intelectual e escritora, foi ativista e política e integrou o primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher na década de 1980. Entretanto, um de seus grandes destaques foi a criação do conceito amefricanidade. Seus textos estão em obras como "Por um feminismo afro-latino-americano" e "Interseccionalidades: pioneiras do feminismo negro brasileiro".