Namorar ou não namorar?

O início da Copa do Mundo no Brasil nesta quinta, 12 de junho, colocou para escanteio o dia dos namorados. Muitos casais adiantaram ou postergaram a comemoração. Os mais românticos vão dizer que todos os dias são dignos para troca de presentes, carinhos e mensagens de encharcar o coração. Existe ainda a turma dos céticos, que vê a data apenas como mais um impulso consumista de uma sociedade capitalista. Há também a ala dos desolados, comprimidos por uma solidão que ganha força no período.

Namorar ou não namorar é uma das “pressões” mais comuns na fase adolescente. O corpo é movido por paixões avassaladoras, mas o que sobra de consciência quase sempre indica esperar o tempo passar para, então, assumir um compromisso tão sério. Grande parte das vezes esta porção racional vem pelos conselhos dos mais velhos, em especial dos pais.

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É sempre difícil entender e acatar conselhos como estes. Parece que vai contra a tudo aquilo que o mundo nos apresenta. A vontade é de beijar, sair e curtir uma vida a dois no esplendor da juventude. Por melhores que sejam os argumentos, eles nunca parecem suficientes para aplacar este turbilhão de sentimentos.

Minha mãe, por exemplo, sempre evocava uma ideia que hoje sou obrigado a dizer que ela estava certíssima. Segundo ela, namorar é fazer uma escolha. E como qualquer escolha, passa por um critério de eleição. Em outras palavras, ao namorar estamos deixando de lado uma série de outras vivências importantes para a idade, como viajar, estudar, cultivar os amigos, ficar com a família, praticar esportes... O relacionamento amoroso costuma roubar grande parte do tempo, que é o bem mais precioso que temos.

De fato, o namoro na adolescência gera isolamento. Quantas vezes não vimos amigos que se afastam da nossa rotina para dar conta das exigências do casal? Não vou nem entrar no mérito do amadurecimento emocional, sexual e financeiro, que também são importantíssimos e não podem ser descartados. Mas só esta questão do tempo já me parece suficiente. É preciso estar sempre aberto para a multiplicidade de opções que a adolescência apresenta. Qualquer tipo de restrição será um assalto a uma das fases mais ricas da vida.

É, sim, difícil de compreender. Quase sempre iremos confrontar estas lógicas. Só tente lembrar de um aspecto: nada é tão urgente e definitivo quanto parece!

Love Songs

Já que falar de Copa é falar de legado, um dos maiores benefícios do romantismo exacerbado são as canções de amor. Nada move tão bem a cabeça dos compositores do que a consumação ou perda de um grande amor. Nesta hora não existe brega ou cult: o importante é embarcar nas emoções. Abaixo, fiz uma lista com alguns dos melhores “love songs” da história da música pop. Músicas que continuam a embalar amores mundo afora.

AL GREEN – LET’S STAY TOGETHER

O reverendo gravou esta balada soul no ano de 1971 e deu título ao álbum que saiu no ano seguinte. Ela cravou seu primeiro lugar na Billboard Hot 100 e por lá ficou 16 semanas consecutivas.  Um clássico!

 

 

QUEEN – CRAZY LITTLE THING CALLED LOVE

Inspirado em Elvis Presley, Freddie Mercury fez este rockabilly em 10 minutos no violão. O resultado é impressionante.

 

 

BEYONCÉ & JAY-Z – CRAZY IN LOVE

O sentimento de ficar perdidinho de amor nunca foi tão bem descrito como neste hit da musa do R&B.

 

 

PAUL MCCARTNEY – SILLY LOVE SONGS

“Qual é o problema em encher o mundo de canções bobas de amor?”, provoca o maior cancioneiro da história. Sendo você, não há nada de errado, caro Macca.

 

 

 

BEATLES – SOMETHING

Escrita por George Harrison, esta belíssima canção de amor saiu no disco Abbey Road, de 1969. É  música mais regravada dos Beatles depois de Yesterday.

 

 

LIONEL RICHIE & DIANA ROSS – ENDLESS LOVE

Tem muita gente que vai chamar de brega, cafona, mas como não resistir a este clássico romântico?

 

 

BEACH BOYS – GOD ONLY KNOWS

Se Paul McCartney disse essa é a maior canção romântica da história, quem somos nós para contestar?

 


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Namoro, Dia dos Namorados, Love Songs, Comportamento



Sobre

Pitacos, reflexões e provocações sobre música, cinema, jornalismo, cultura pop, televisão e modismos.

Autores

Emanuel Bomfim

Emanuel Bomfim nasceu em 1982. É radialista e jornalista. Escreve para revista Cidade Nova desde 2003. Apresenta diariamente na Rádio Estadão (FM 92,9 e AM 700), em SP, o programa 'Estadão Noite' (das 20h às 24h). Foi colaborador do 'Caderno 2', do Estadão, entre 2011 e 2013. Trabalhou nas rádios Eldorado, Gazeta e América.