Campos era símbolo de nova geração na política

Não é a política em si o tema sobre o qual procuro me abastecer mais largamente. Portanto, mesmo acompanhando o noticiário diariamente, qualquer análise agora soaria vazia e superficial. Ainda assim, considero necessário fazer um breve comentário diante da morte trágica do candidato Eduardo Campos (PSB), em acidente aéreo na cidade de Santos, litoral de SP. Comentário este que tem relação com o espírito deste blog, designado a estabelecer um diálogo com os mais jovens.

Para além dos aspectos atrelados à biografia e à personalidade do político pernambucano, herdeiro de Miguel Arraes, há uma conexão evidente com algo que o cenário do poder vem sofrendo nos últimos anos: a falta de renovação. Com 49 anos de idade recém completados, Eduardo Campos era a liderança mais estruturada que surgiu num espectro dominado pela polarização PT X PSDB. Que fique claro: não é possível dizer se era a melhor, nem mesmo a ideal. Mas sua figura trazia um frescor imediato ao debate.

É, de fato, muito triste que suas ideias tenham saído de cena de maneira tão precoce, ainda mais nestas circunstâncias. Ao longo dos dias e com a retomada da campanha, teremos mais elementos para entender o impacto desta morte. Um deles já é evidente: se perde um líder carismático de uma nova geração da política brasileira.
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eduardo campos, morte, acidente aéreo, carisma, liderança, renovação



Sobre

Pitacos, reflexões e provocações sobre música, cinema, jornalismo, cultura pop, televisão e modismos.

Autores

Emanuel Bomfim

Emanuel Bomfim nasceu em 1982. É radialista e jornalista. Escreve para revista Cidade Nova desde 2003. Apresenta diariamente na Rádio Estadão (FM 92,9 e AM 700), em SP, o programa 'Estadão Noite' (das 20h às 24h). Foi colaborador do 'Caderno 2', do Estadão, entre 2011 e 2013. Trabalhou nas rádios Eldorado, Gazeta e América.