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OMS decreta surto global de ebola, mas não há casos no Brasil

Não há proibição a viagens ou comércio internacionais. Governo brasileiro está reforçando os procedimentos em portos e aeroportos para a identificação de casos suspeitos

por Redação*   publicado às 15:40 de 08/08/2014, modificado às 19:43 de 08/08/2014
“Estou decretando o atual surto de ebola como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”, disse, nesta sexta-feira (08), a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan. A declaração, realizada em uma coletiva de imprensa em Genebra (Suíça), confirma a recomendação unânime tomada pelo Comitê de Emergência, formado por especialistas internacionais, sobre o atual surto de ebola em Guiné, Libéria e Serra Leoa, que já se espalhou para a Nigéria.

Na capital da Libéria, Monróvia, um empregado do Ministério da Saúde pulveriza as solas dos sapatos de um colega em uma clínica de isolamento. Foto: UNMIL/Staton Winter

Chan alertou também para o fato de que “a segurança de nossa saúde coletiva” depende do apoio urgente aos países afetados ao afirmar que “este é o maior, mais grave, mais complexo surto na história de quase quatro décadas desta doença”.

Apesar disso, o Comitê afirmou, em sua declaração que “não deve haver nenhuma proibição geral de viagens ou comércio internacionais”.

Governo descarta casos de ebola no Brasil, mas reforça prevenção

O governo brasileiro está reforçando, a partir de hoje (8), os procedimentos em portos e aeroportos para a identificação de casos suspeitos e ativando um centro de operações de emergência para monitorar as informações sobre a doença no Brasil e no mundo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou qualquer suspeita de casos de ebola no Brasil e considerou “improvável” a entrada de alguma pessoa infectada no país. "Não há risco de proliferação da doença no nosso país, neste momento", frisou.

Segundo ele, na hipótese de alguma pessoa vinda dos países em que está ocorrendo o surto chegar ao país com sintomas da doença, ela será isolada e levada a hospitais de referência. “O Brasil tem seguido todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde. É fundamental entender que a elevação do quadro de emergência internacional significa um alerta mundial para manutenção da cooperação internacional para que se restrinja o problema aos países que estão tendo o surto”, disse Chioro.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse que não há restrição de viagem aos países afetados. Segundo ele, a restrição é apenas para pessoas que queiram sair dos países do Oeste da África, onde está localizado o surto. Em Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria as autoridades fazem triagens nos aeroportos para evitar que pessoas que tiveram contato com doentes deixem os países.

O ministro da Saúde recomendou que profissionais de saúde brasileiros só viagem para as áreas afetadas em missões oficiais do Brasil ou da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar do baixo risco da entrada de pessoas contaminas no Brasil, o Ministério da Saúde fará, como prevenção, a partir de amanhã (9) um alerta no aeroportos para os viajantes internacionais que possam estar com sintomas de febre, diarreia, tosse e hemorragia para procurarem as autoridades de saúde.

Barbosa ressaltou que a contaminação do ebola se dá pelo contato com sangue, órgãos ou fluídos corporais de animais infectados. A transmissão de humanos para humanos ocorre através do contado direto com sangue e fluídos corporais dos doentes ou mortos. “A transmissão só se inicia após o início dos sintomas. Pessoas em estágio de encubação não transmitem o vírus”, ressaltou o secretário.

Para ajudar no combate ao vírus no Oeste da África, o governo brasileiro fará uma doação de R$ 1 milhão para a OMS, além de cinco kits de medicamentos e material médico para Serra Leoa e cinco para Libéria, totalizando 15 toneladas. Quatro já foram enviados para Guiné-Conacri.

Até 4 de agosto o número de pessoas que haviam contraído o vírus ebola nos quatro países era de 1.711. Destes, 932 haviam morrido devido à doença.

Com informações da Agência Brasil e da ONU.

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