O número de tropas russas na região de Donetsk está crescendo continuamente, informa o chefe do Centro Anti-Terrorismo do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), Vasyl Kruto . Em pequenos grupos, os paramilitares russos penetram a bordo de embarcações, da Criméia às regiões Zaporizhzhia e Kherson.
A SBU suspeita que esteja sendo organizada uma insurgência separatista nessas regiões. Os militares russos teriam a tarefa de matar algumas centenas de pessoas, com vistas a gerar terror e, desse modo, facilitar a entrada das tropas no território da Ucrânia. A afirmação é de um dos líderes da contra-inteligência ucraniana, Vialii Najda: “O principal objetivo das ações dos grupos subversivos e das forças especiais na Ucrânia é a desestabilização máxima da situação”, afirmou.
Ucrânia, 22/04/2014 - Em reunião entre Primeiro Ministro da Ucrânia, Yatsenyuk, e Vice Presidente do EUA, Joe Biden, Estados Unidos oferecem ajuda de US$50 milhões à Ucrânia. Foto: Portal do Governo da Ucrânia
Enquanto isso, a SBU continua a prender cidadãos ucranianos e russos envolvidos em atividades subversivas no sul e no leste. O Serviço de Segurança identificou e prendeu 117 cidadãos da Federação Russa “envolvidos em atividades extremistas no território ucraniano”.
Enquanto isso, os separatistas pró-russos em Donetsk afirmam resolutamente que não deixarão o prédio do Conselho Regional, apesar do pedido de Kiev e do novo acordo internacional sobre a Ucrânia, assinado em Genebra, no último 17 de abril. O representante dos separatistas disse que o governo de Kiev é “ilegítimo” e que não irá embora enquanto esse governo não renunciar. Os rebeldes também pedem um referendo para decidir sobre a possível secessão da Ucrânia ou uma maior autonomia das regiões, com base em um modelo federativo.
O ministro interino das Relações Exteriores, Andriy Deshchitsya, por sua vez, declarou que os Acordos de Genebra sobre a libertação dos prédios governamentais ocupados não se relacionam com Kiev: “a operação anti-terrorista continua, sua intensidade depende da realização prática dos Acordos de Genebra e da verdadeira libertação dos edifícios ocupados”, disse ele em uma coletiva de imprensa.
Deve-se dizer que, em comparação com as manifestações em Kiev, os protestos no leste da Ucrânia parecem ser mais violentos e radicais. Os manifestantes não parecem dispostos a sentar-se à mesa de negociações e não parecem buscar um solução pacífica para a situação. O governo ucraniano, em razão de tal abordagem antidemocrática e armada, tem classificado o movimento separatista como terrorista, o que implica, por si só, a intervenção das forças armadas.
Vale salientar, por fim, que o único deputado da Duma russa que votou contra a anexação da Criméia pela Rússia, Ilya Ponomarev, confirmou, em seu blog, a presença de agentes russos que organizam atividades subversivas na Ucrânia. Por seu lado, Vladimir Putin continua a negar que a rebelião separatista na Ucrânia é “administrada” pelo seu exército.