Economia / Sociedade
  

Fórum debate novos paradigmas em relação às favelas cariocas

O evento colocou em diálogo representantes de governo e do setor privado, com vistas a pensar produtos, serviços e soluções orientados para a realidade do mercado popular

por ONU Brasil*   publicado às 10:00 de 20/06/2014, modificado às 10:07 de 20/06/2014

É possível construir novos paradigmas em relação às favelas cariocas? Como desconstruir as contradições, desafios e repensar os potenciais desses assentamentos de maneira a pensar em iniciativas inovadoras para melhores condições de habitação e desenvolvimento econômico dessas comunidades?

Foi com o objetivo de responder a essas perguntas que a start up “Bairro Chic – Comunidade, Casa e Inovação” organizou, nos dias 4 e 5 de junho, seu primeiro Fórum de Inovação para a Moradia e o Desenvolvimento Comunitário Sustentável, no Rio de Janeiro.

Favela. Foto: Kevin Jones/Flickr

Concebida pelo engenheiro Ricardo Neves, o evento colocou em diálogo representantes de governo e do setor privado, com vistas a pensar produtos, serviços e soluções orientados para a realidade do mercado popular. O desafio era encontrar caminhos para acelerar o atendimento das crescentes demandas domiciliares e comunitárias por materiais construtivos, energia, água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, construção civil, utilidades domésticas, telecom, eletroeletrônicos, decoração, horticultura doméstica e jardinagem, serviços de apoio e manutenção, mecanismos de crédito, empreendedorismo, etc.

start up tem apoio de diferentes atores relevantes no campo de políticas e projetos pensados para a população residente em favelas, como o Instituto Pereira Passos (IPP), o Observatório das Favelas e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).

O ONU-Habitat – que tem seu Escritório Regional para América Latina e o Caribe localizado no Rio de Janeiro desde 1996 – foi representado na ocasião pela oficial nacional para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes.

Na mesa de abertura, Rayne apresentou o trabalho do ONU-Habitat, reconheceu a ousadia da iniciativa e ressaltou a importância do diálogo nesse processo. “Para fazer diferente, é preciso dialogar antes com os diferentes atores contemplados por iniciativas como essa e que já pensam o desenvolvimento social e econômico dessas comunidades. Diálogo é a palavra-chave para casar ousadia e inovação”, disse.

Tal ponto também foi enfatizado no discurso dos palestrantes seguintes. Jailson de Souza e Silva, do Observatório de Favelas, enfatizou a necessidade do diálogo para quebrar com paradigmas e generalizações em torno das favelas cariocas a fim de ver a favela como potência.

Já a presidenta do Instituto Pereira Passos (IPP), Eduarda La Rocque, afirmou que “a base da atuação do IPP é o diálogo com resultados”. Em referência ao Programa UPP Social – implementado por meio de uma parceria entre o IPP e o ONU-Habitat –, La Rocque defendeu que a informação é fundamental para a mudança: “Uma melhor gestão do conhecimento para usar a informação para a transformação focando no diálogo, na inovação, na ousadia e nas favelas”.

*Texto original editado pela Cidade Nova.

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