Para começar, a leitura é uma fonte inesgotável de conhecimento que, ao que tudo indica, nunca será substituída!
A tecnologia nos permite variar as nossas formas de leitura e de acesso à informação e ao conhecimento. Mas é sempre bom nos lembrarmos de algo que já existe há muitos e muitos séculos: o livro.
Hoje, dia 29 de outubro, é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Livro. A data surgiu em meados de 1810, quando Dom João VI trouxe ao país itens da Real Biblioteca Portuguesa e inaugurou a primeira Biblioteca Nacional. E o que muitos não sabem é que a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é a maior da América Latina e uma das 10 maiores bibliotecas do mundo.
Dados levantados pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultural e divulgados em setembro deste ano* podem nos ajudar a responder essa pergunta:
1. Antes de 2015, 56% dos brasileiros eram leitores, atualmente a porcentagem é de 52%;
2. Em média, os brasileiros leem 5 livros por ano, e quase a metade deles não é finalizada;
4. Cerca de 80% dos pesquisados gostariam de ter lido mais, 34% disseram não ler por falta de tempo e quase 30% afirmaram que não gostam da prática.
*As informações pertencem à 5ª edição do estudo “Retratos da Leitura”, no qual foram entrevistadas mais de 8.000 pessoas em cerca de 200 municípios do Brasil.
Muitos dos que se dizem interessados pela leitura afirmam não ter tempo para fazê-la. E, por outro lado, muitas pessoas realmente não sentem o desejo de ler. A internet e os aplicativos de redes sociais também justificam a queda na quantidade de leitores no Brasil: eles dominam o tempo livre da maioria das pessoas entrevistadas na pesquisa mencionada acima. Entre 2015 e 2019, o porcentual de pessoas usando a internet em seu tempo livre subiu de 47% para 66%. Paralelamente, o uso do WhatsApp também cresceu quase 20% no mesmo período.
Baixos índices de leitura são grandes empecilhos para que o país avance positivamente em dados como os apresentados anteriormente. Dos entrevistados no último levantamento do “Retratos da Leitura”, 4% não sabem ler, 19% disseram ler muito devagar e 9% não compreendem a maior parte do conteúdo.
Fora as problemáticas de alfabetização, outro ponto que dificulta o acesso e diminui a prática da leitura é o alto valor dos livros no Brasil. Ao menos 5% dos leitores reclamam dos preços. Além disso, a ida às bibliotecas do país fica cada vez menor: 7% dos entrevistados dizem que não as frequentam porque são distantes – se concentram nos centros urbanos, e não nas periferias.
Porque são vários os benefícios proporcionados pela leitura, e não somente os de âmbito social. Como já foi comprovado pela ciência, a saúde é uma grande beneficiada. Afinal, ler faz bem para o cérebro e ajuda em seu desenvolvimento. E mais:
A leitura também tem influência direta na redução de preconceitos. Isso foi melhor retratado em um estudo feito há seis anos e publicado no Journal of Applied Social Psychology, que analisou os impactos da leitura da saga Harry Potter, de J. K. Rowling, que discute o bullying, o racismo e preconceitos de gênero.
Devemos! Cabe a cada um de nós incentivar o hábito da leitura. Devemos falar dos benefícios e da importância dos livros para amigos, parentes, crianças, jovens, adultos e idosos!
Ainda de acordo com a edição da pesquisa “Retratos da Leitura”, divulgada em 2020, um a cada três entrevistados (34%) disseram ter sido estimulados por alguém a gostar de ler. Os professores são os principais mencionados como “estimulantes” (11%), seguidos por mães e responsáveis do sexo feminino (8%).
Incentivar, apoiar e frequentar eventos literários são outras atitudes importantes: saraus festas e feiras literárias, bienais do livro são eventos que devem ser perpetuados, pois são exemplos da construção de um universo capaz de mostrar a crianças e adultos os encantos presentes na leitura. E, para que eles não sejam esquecidos, precisam de nossa participação.
Leia, converse sobre os livros que leu, faça amigos literários, empreste livros, compartilhe o deleite, o prazer e o conhecimento que se adquire com a leitura!