Entenda porque o hábito da leitura pode mudar a sua vida!

A tecnologia nos permite variar as nossas formas de leitura e de acesso à informação e ao conhecimento. Mas é sempre bom nos lembrarmos de algo que já existe há muitos e muitos séculos: o livro.

por Cibele Lana   publicado às 00:00 de 29/10/2020, modificado às 12:10 de 29/10/2020

Para começar, a leitura é uma fonte inesgotável de conhecimento que, ao que tudo indica, nunca será substituída!

A tecnologia nos permite variar as nossas formas de leitura e de acesso à informação e ao conhecimento. Mas é sempre bom nos lembrarmos de algo que já existe há muitos e muitos séculos: o livro.

Hoje, dia 29 de outubro, é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Livro. A data surgiu em meados de 1810, quando Dom João VI trouxe ao país itens da Real Biblioteca Portuguesa e inaugurou a primeira Biblioteca Nacional. E o que muitos não sabem é que a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é a maior da América Latina e uma das 10 maiores bibliotecas do mundo.

Mas em pleno século XXI, como será que nós, brasileiros, estamos nos relacionando com a leitura?

Dados levantados pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultural e divulgados em setembro deste ano* podem nos ajudar a responder essa pergunta:

1. Antes de 2015, 56% dos brasileiros eram leitores, atualmente a porcentagem é de 52%;

2. Em média, os brasileiros leem 5 livros por ano, e quase a metade deles não é finalizada;

4. Cerca de 80% dos pesquisados gostariam de ter lido mais, 34% disseram não ler por falta de tempo e quase 30% afirmaram que não gostam da prática.

*As informações pertencem à 5ª edição do estudo “Retratos da Leitura”, no qual foram entrevistadas mais de 8.000 pessoas em cerca de 200 municípios do Brasil.

O que está acontecendo?

Muitos dos que se dizem interessados pela leitura afirmam não ter tempo para fazê-la. E, por outro lado, muitas pessoas realmente não sentem o desejo de ler. A internet e os aplicativos de redes sociais também justificam a queda na quantidade de leitores no Brasil: eles dominam o tempo livre da maioria das pessoas entrevistadas na pesquisa mencionada acima. Entre 2015 e 2019, o porcentual de pessoas usando a internet em seu tempo livre subiu de 47% para 66%. Paralelamente, o uso do WhatsApp também cresceu quase 20% no mesmo período.

Baixos índices de leitura são grandes empecilhos para que o país avance positivamente em dados como os apresentados anteriormente. Dos entrevistados no último levantamento do “Retratos da Leitura”, 4% não sabem ler, 19% disseram ler muito devagar e 9% não compreendem a maior parte do conteúdo.

Fora as problemáticas de alfabetização, outro ponto que dificulta o acesso e diminui a prática da leitura é o alto valor dos livros no Brasil. Ao menos 5% dos leitores reclamam dos preços. Além disso, a ida às bibliotecas do país fica cada vez menor: 7% dos entrevistados dizem que não as frequentam porque são distantes – se concentram nos centros urbanos, e não nas periferias.

Por que todos saímos perdendo?

Porque são vários os benefícios proporcionados pela leitura, e não somente os de âmbito social. Como já foi comprovado pela ciência, a saúde é uma grande beneficiada. Afinal, ler faz bem para o cérebro e ajuda em seu desenvolvimento. E mais:

  •  Aumenta a empatia;
  • Aumenta a expectativa de vida;
  •  Reduz níveis de estresse e riscos de desenvolvimento de demência ou Alzheimer após a fase adulta da vida.

A leitura também tem influência direta na redução de preconceitos. Isso foi melhor retratado em um estudo feito há seis anos e publicado no Journal of Applied Social Psychology, que analisou os impactos da leitura da saga Harry Potter, de J. K. Rowling, que discute o bullying, o racismo e preconceitos de gênero.

Podemos fazer alguma coisa para mudar esse panorama?

Devemos! Cabe a cada um de nós incentivar o hábito da leitura. Devemos falar dos benefícios e da importância dos livros para amigos, parentes, crianças, jovens, adultos e idosos!

Ainda de acordo com a edição da pesquisa “Retratos da Leitura”, divulgada em 2020, um a cada três entrevistados (34%) disseram ter sido estimulados por alguém a gostar de ler. Os professores são os principais mencionados como “estimulantes” (11%), seguidos por mães e responsáveis do sexo feminino (8%).

Incentivar, apoiar e frequentar eventos literários são outras atitudes importantes: saraus festas e feiras literárias, bienais do livro são eventos que devem ser perpetuados, pois são exemplos da construção de um universo capaz de mostrar a crianças e adultos os encantos presentes na leitura. E, para que eles não sejam esquecidos, precisam de nossa participação.

Leia, converse sobre os livros que leu, faça amigos literários, empreste livros, compartilhe o deleite, o prazer e o conhecimento que se adquire com a leitura!