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Parlamento Juvenil do Mercosul desperta esperança, senso crítico e empenho pelo bem comum

A partir de debates sobre o tema “o ensino médio que queremos”, estudantes de 14 a 17 anos da rede pública serão selecionados para participar da terceira edição da iniciativa

por Ministério da Educação   publicado às 09:25 de 25/04/2014, modificado às 10:04 de 25/04/2014

A paranaense Brenda Letícia de Souza Silva tinha 15 anos quando soube que poderia se candidatar ao Parlamento Juvenil do Mercosul 2012-14, por meio do grêmio estudantil de sua escola. Ela cursava o segundo ano do ensino médio no Colégio Estadual Porto Seguro, de Paranaguá (PR). “Comecei a pesquisar e me interessei, foi a melhor coisa que me aconteceu”, diz ela, “hoje me preocupo mais com o próximo, desenvolvi senso crítico e corro atrás do direito coletivo quando as coisas não funcionam”, ressalta.

A participação no Parlamento Juvenil abre novos horizontes aos estudantes. Foto: Divulgação

As inscrições para o Parlamento Juvenild o Mercosul 2014-2016 já estão abertas. Os estudantes devem se informar com os professores da escola. Podem se inscrever alunos entre 14 e 17 anos, matriculados no primeiro ou segundo ano do ensino médio da rede pública estadual. As secretarias de educação têm prazo até 15 de maio para enviar os três nomes de candidatos à representação do estado no Parlamento. 

A Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação promoverá a etapa nacional em Vitória, entre os dias 4 e 7 de junho. Nessa etapa, cujas passagens e diárias são custeadas pelo MEC, os estudantes elegerão, entre si, um representante de cada unidade federativa e do Distrito Federal para representar o Brasil.

O Parlamento Juvenil foi criado para estimular a formação política e cidadã de interesse comum da juventude dos países do bloco – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além dos países associados Bolívia e Chile. A partir do questionamento “o ensino médio que queremos”, eles debatem temas como inclusão educativa, gênero, jovens e trabalho, participação cidadã dos jovens e direitos humanos.

Recém-aprovada no curso de turismo na Universidade Federal do Paraná, Brenda se sente muito mais preparada, graças ao Parlamento. Ela considera importante a participação dos jovens nas decisões de políticas públicas e já se engajou no Conselho Municipal da Juventude e outros projetos sociais de sua cidade. 

“O Parlamento trouxe para dentro do Estado uma esperança, deu voz aos alunos, trouxe novamente o pensamento crítico. Meus amigos do colégio começaram a se interessar e me perguntavam as coisas, queremos ajudar, queremos mudar,” enfatiza.

Até na vida pessoal a nova universitária disse que tudo mudou para melhor. Seus pais são separados desde o seu nascimento, ela não encontrava o pai com muita frequência. Como era menor de idade e precisava de autorização dele para viajar para o Parlamento, acabaram se aproximando. “Meu pai me disse pela primeira vez que tinha muito orgulho da pessoa que eu estava me tornando”, exalta. Hoje se considera melhor como filha, como pessoa e como estudante. “Melhorei muito nos estudos”, afirma.

Brenda seguirá estudando turismo e projetando rumos para uma vida parlamentar. “Me apaixonei por política, quero seguir nessa carreira, lutando por uma educação de qualidade” afirma. “O protagonismo entrou de um jeito que não quer mais sair”, graceja a estudante, ao observar que vê no Mercosul muito mais do que um bloco econômico. “Trata-se de um resgate social, de soma de esforços para uma América Latina melhor”, avalia.

Brenda aposta no futuro de integração das universidades dos países que compõem o bloco, mas observa que o espanhol ainda não ganhou a devida importância como língua estrangeira nas escolas brasileiras. “Senti dificuldades com os colegas que não falavam português, mas sempre dei um jeito de me comunicar”, conta. Hoje ela faz parte de uma rede de parlamentares paranaenses. Conta, ainda, que fez muito amigos, aprendeu um pouco de espanhol e que está em contato com os colegas todos os dias.

O MEC recomendou às secretarias estaduais que orientem as escolas a promover encontros de no mínimo quatro horas, com o número máximo de estudantes, para apresentação de candidaturas e debates. Cada estado elegerá três representantes e o ministério solicitou a observância à garantia de representação por gênero, estudantes negros, indígenas e moradores de comunidades populares, ou da área rural ou pessoas com deficiência.

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Mercosul, educação básica, Parlamento Juvenil